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sábado, 06/09/2025

Egito critica afirmação de saída voluntária de palestinos em Gaza

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Badr Abdelatty, ministro das Relações Exteriores do Egito, declarou neste sábado (6/9) que é absurdo classificar a saída de palestinos de Gaza como voluntária. O Egito atua como mediador fundamental nas conversações para o fim do conflito que já dura quase dois anos.

O ministro afirmou no Cairo, durante entrevista coletiva ao lado do comissário-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, que a fome em Gaza é causada intencionalmente com o objetivo de expulsar seus habitantes. “Chamar isso de deslocamento voluntário é um absurdo”, enfatizou.

Na manhã do mesmo dia, o Exército israelense ordenou nova evacuação em Gaza e demoliu outro prédio residencial. Em resposta, o Hamas instou a ONU e o Conselho de Segurança a saírem do silêncio e agirem imediatamente para cessar os ataques que visam destruir a cidade de Gaza e deslocar sua população.

Recentemente, Israel determinou que civis da Cidade de Gaza se movam para o sul, enquanto tropas avançam sobre a maior área urbana do território. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que os palestinos deveriam ter o direito de sair por vontade própria, sugerindo que outros países poderiam acolhê-los.

O chanceler egípcio rejeitou essa visão e responsabilizou Israel pela falta de progresso nas negociações de cessar-fogo. Segundo Abdelatty, ele discutiu com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, maneiras de acelerar a execução de uma proposta de trégua.

Cessar-fogo

Em agosto, o Hamas aceitou um plano mediado pelo Egito para cessar-fogo de 60 dias, que incluía a libertação de metade dos reféns em troca da soltura de prisioneiros palestinos detidos por Israel. O acordo previa também a suspensão das operações militares de Israel por dois meses e a criação de um mecanismo para resolver o conflito.

No entanto, Netanyahu rejeitou os termos e disse que Israel só negociaria quando suas garantias de segurança fossem atendidas, avisando que as operações militares seriam retomadas logo após qualquer pausa temporária.

O Egito, que sediou vários encontros de negociação, alerta que a escalada atual piora a crise humanitária e pode prolongar o conflito.

Fome usada como arma de guerra

Em agosto, o Conselho de Segurança da ONU, com exceção dos Estados Unidos, declarou que a fome em Gaza é uma crise provocada pelo homem e acusou Israel de empregar a escassez alimentar como arma de guerra, violando o direito humanitário internacional.

Em uma declaração conjunta, 14 países, dentre eles China, França e Reino Unido, exigiram cessar-fogo imediato e incondicional, a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas, aumento expressivo da ajuda humanitária e fim das restrições israelenses à entrada de suprimentos essenciais na região.

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