Atual mandatário é responsável por prisões, intimidação de oponentes e m processo de indicação que favorece a si mesmo
Os egípcios começaram a votar nesta segunda-feira em uma eleição presidencial que deve resultar em uma vitória fácil para o atual mandatário, Abdel Fattah al-Sisi. O comparecimento será o foco das atenções, já que toda a oposição relevante desistiu da corrida se queixando de repressão.
As urnas ficarão abertas durante três dias e o e ex-comandante militar al-Sisi exortou os cidadãos a votarem, dando a entender que vê a eleição como um referendo de seu governo de quatro anos.
Embora muitos egípcios vejam o líder aliado dos Estados Unidos como vital para a estabilidade de um país no qual tumultos ocorridos desde 2011 abalaram a economia, críticos dizem que ele é responsável pela pior campanha de repressão à dissidência já vista no Egito e classificaram o pleito como uma encenação.
Al-Sisi, de 63 anos, que comandou a derrubada militar de Mohamed Mursi, o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, em 2013, apresenta sua candidatura a um segundo mandato como uma escolha em nome da estabilidade e da segurança.
Mas um comparecimento menor do que o esperado pode levar a crer que al-Sisi carece de autoridade para adotar mais das medidas rigorosas necessárias para ressuscitar a economia, prejudicada depois que a revolta de 2011 afastou turistas e investidores estrangeiros, ambos fontes de moedas fortes.
No início desta segunda-feira, dezenas de pessoas formavam filas para votar dentro e nos arredores do Cairo, mas não em grandes quantidades.
O único concorrente de al-Sisi é Moussa Mostafa Moussa, apoiador de longa data do ex-militar visto por muitos como um candidato de fachada: seu partido Ghad chegou a apoiar um segundo mandato para al-Sisi antes de Moussa emergir como postulante de última hora.
Moussa rejeita as acusações de que está sendo usado para criar uma sensação falsa de competição, e a comissão eleitoral afirma que fará com que a votação seja justa e transparente.
Mesmo antes do início da campanha, a Organização das Nações Unidas (ONU), grupos de direitos humanos e figuras da oposição disseram que a eleição foi comprometida por prisões, pela intimidação de oponentes e por um processo de indicação que favorece o presidente.
Em 2014, al-Sissi também enfrentou apenas um adversário Hamdeen Sabbahi, um conhecido político de esquerda. O presidente recebeu 96,9% dos votos.
Em uma entrevista na semana passada, o presidente afirmou que o fato de não ter rivais competitivos nas eleições não era culpa dele. “Gostaria que estivessem presentes um, dois, três ou 10 dos melhores candidatos”, afirmou.
(Com Reuters e AFP)