De acordo com dados de levantamento global, educação universitária no país não é compatível com as necessidades das empresas
O ranking internacional de competitividade do International Institute for Management Development (IMD) 2022, que comparou dados de 63 países do mundo, mostra o Brasil em 59ª posição, duas colocações abaixo do ano passado. O levantamento, produzido e divulgado no país pela Fundação Dom Cabral, analisa quatro pilares para a competitividade de uma nação: desempenho da economia; eficiência do governo; eficiência dos negócios e infraestrutura. Um dos principais problemas do Brasil é o baixo nível educacional, um dos menores do mundo, o que indica um déficit na formação de mão-de-obra especializada e aponta que a educação ainda é um gargalo do país.
Além dos dados estatísticos, o estudo leva em consideração a visão do setor empresarial. No Brasil, foram ouvidos 134 executivos de diversas áreas e de companhias de diferentes portes. Em geral, a percepção deles é de que a educação universitária no Brasil não é compatível com as necessidades das empresas.
Responsável pela pesquisa no Brasil, o professor da Fundação Dom Cabral Carlos Arruda disse, em entrevista à Forbes, que falta ao Brasil uma estratégia nacional de competitividade. Diferentemente de um plano que muda a cada governo, as mudanças para uma melhora da competitividade precisam ser mais estáveis e levam tempo para se concretizarem. E um dos pontos que os países mais bem colocados no ranking têm em comum é um sistema de ensino consolidado.
Pesquisador assistente da Fundação Dom Cabral, Miguel F. Costa, afirmou, também à Forbes, que países com estrutura tão precária quanto o Brasil não conseguem reter os talentos que produzem. “Países mais competitivos têm melhores treinamentos e remuneração, por isso atraem os talentos de outros lugares”, avaliou Costa.
Os países com melhores resultados no ranking são Dinamarca, Suíça, Singapura e Suécia. Entre os países da América Latina, o Chile é o mais bem colocado, na 45ª posição.