Por Marianna Holanda
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Eduardo Bolsonaro, deputado federal, planeja aumentar suas ações internacionais contra o Judiciário e o governo do Brasil, prevendo que não deve voltar ao país em breve.
Além disso, suas pessoas próximas indicam que ele pode apoiar seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro, como uma alternativa para a presidência no ano que vem, caso o pai decida assim. As discussões avançam, mas a decisão final será tomada somente no próximo ano.
Essa situação surge após um julgamento virtual pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que já decidiu que Eduardo será réu sob acusação de coação. O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso, acredita que o deputado tentou criar instabilidade para pressionar o STF a evitar a condenação do ex-presidente pela trama golpista de 2022.
Seus aliados querem manter uma espera aberta, torcendo para que uma ampla anistia seja aprovada até fevereiro no Congresso. Enquanto isso, Eduardo e o empresário Paulo Figueiredo buscam aplicar sanções contra autoridades brasileiras.
O deputado tem realizado viagens discretas para vários países, inclusive uma próxima para El Salvador, acompanhando Flávio e outros parlamentares para participar do Fórum Mundial da Segurança, onde vão conhecer as políticas de Nayb Bukele.
Temendo ser preso no Brasil, Eduardo deve permanecer nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas continuará viajando para países onde a direita tem força.
Originalmente, ele queria ser senador por São Paulo, mas a prioridade de Jair Bolsonaro para 2026 é eleger muitos senadores para tentar aplicar punições ao STF, como o impeachment de Moraes.
Com o tempo, Eduardo passou a se candidatar à presidência, disputando contra o governador Tarcísio de Freitas, que é apoiado por setores da direita e do empresariado. Eduardo também critica outros governadores da direita, como Romeu Zema, considerando que eles tentam enfraquecer Jair Bolsonaro.
Eduardo destaca que o objetivo é controlar o Senado para impedir a maioria da direita na Casa em 2026.
Cristiano Caporezzo, deputado estadual de Minas Gerais e aliado de Eduardo, afirma que o deputado continuará apoiando Jair Bolsonaro para a presidência em 2026, disputando senado ou, se não for possível, a própria presidência.
Embora apoiar Flávio seja possível para os bolsonaristas, uma decisão concreta ainda está longe, e o próprio Flávio não indicou essa intenção.
O processo envolvendo a trama golpista deve terminar em breve, com possibilidade de prisão do ex-presidente em novembro ou dezembro, o que pode enfraquecer a candidatura de Tarcísio.
Mesmo de prisão domiciliar, Jair Bolsonaro mantém contato com seus filhos, e Flávio viajou aos Estados Unidos para conversar com Eduardo. Eles alinharam que, se Flávio for o candidato, terá apoio completo do irmão.
Acredita-se que Flávio seja o único capaz de unir o centrão e o bolsonarismo raiz. Caso Jair Bolsonaro concorde, o anúncio será feito apenas no próximo ano, pois qualquer nome colocado agora pode sofrer ações judiciais.
Eduardo Bolsonaro comentou à Jovem Pan que a direita tem dificuldade em reconhecer lideranças e acredita que a eleição do próximo ano ainda será disputada com Lula no outro lado.
Ele finalizou dizendo que não se importa em debater com pessoas da direita, mas quer que as pessoas saibam em quem estão votando.
