Ígor Passarini e José Matheus Santos
FolhaPress
O ex-deputado federal Eduardo Cunha foi vaiado na quinta-feira (26) ao chegar no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG). Ele foi chamado de “ladrão” por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de sua chegada ter acontecido poucos minutos antes do encontro estadual do Partido Liberal (PL) em Belo Horizonte, não houve anúncio de agenda em comum com o partido.
Eduardo Cunha, que foi parlamentar pelo Rio de Janeiro, busca se candidatar como representante de Minas Gerais em 2026, após não ter sucesso em São Paulo nas eleições de 2022.
Ele foi presidente da Câmara dos Deputados entre fevereiro de 2015 e maio de 2016 e foi um dos principais opositores da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tendo levado adiante o processo de impeachment que a retirou do cargo.
Eduardo Cunha foi condenado na operação Lava Jato e ficou preso em regime fechado de outubro de 2016 a abril de 2021. Ele era ligado ao MDB do Rio de Janeiro.
Em maio de 2023, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, por 3 votos a 2, uma das condenações de Cunha na Lava Jato. Em 2021, outras duas sentenças contra ele foram anuladas, incluindo uma assinada pelo ex-juiz Sergio Moro e outra pela Justiça Federal em Brasília.
Na disputa eleitoral de 2022, Eduardo Cunha concorreu pelo PTB de São Paulo, conseguiu suspender sua inelegibilidade, mas recebeu apenas cerca de 5 mil votos e não foi eleito.
Por outro lado, sua filha, Danielle Cunha, foi eleita deputada federal no Rio de Janeiro pela União Brasil, com aproximadamente 75,8 mil votos.
No registro de sua candidatura, Cunha declarou possuir um patrimônio de R$ 14,1 milhões, valor 420% maior do que oito anos atrás, sendo 90% desse montante oriundo de dinheiro que esteve na Suíça e foi repatriado ao Brasil no ano anterior para quitação de reparações determinadas pela Justiça.