Bruno Ribeiro
São Paulo, SP (Folhapress)
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pediu que os apoiadores de Bolsonaro continuem defendendo a elegibilidade de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), em vez de aceitar uma ‘direita autorizada’ pelo ‘establishment’, crítica entendida por seus aliados como uma indireta à movimentação para lançar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato à Presidência em 2026.
Segundo Eduardo, sem a candidatura de Bolsonaro, ou com ele inelegível, as eleições no Brasil não serão normais. Ele alertou que, no máximo, será eleita uma ‘direita autorizada’, que não atende às demandas populares, permitindo que o establishment continue comandando o país. A declaração foi dada em entrevista ao canal conservador de YouTube Estúdio 5º Elemento.
O deputado federal licenciado está nos Estados Unidos, onde tenta convencer o governo de Donald Trump a impor sanções contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator da ação relacionada à trama golpista em que Bolsonaro é acusado de envolvimento.
Jair Bolsonaro está inelegível devido a duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A primeira, de junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pública após reunião com embaixadores estrangeiros em que questionou a credibilidade das urnas eletrônicas. A segunda, de outubro do mesmo ano, também por abuso de poder, relacionada ao uso das comemorações do Bicentenário da Independência para fins eleitorais.
Durante o programa, um dos convidados questionou Eduardo sobre governadores ‘democráticos’ que seriam aceitos pelo mercado financeiro e se deveria desconfiar desses elogios.
Eduardo respondeu que sim, ressaltando que ao entrar na vida pública deve-se priorizar o interesse público, não apenas de certos segmentos, especialmente quando se assume posições firmes.
Alguns dirigentes do PL, incluindo o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, apoiam o nome da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para vice em uma chapa liderada por Tarcísio.
Mesmo defendendo Bolsonaro como candidato da direita, Eduardo já se apresenta como uma alternativa, trabalhando para que seu pai apoie sua candidatura contra o ex-presidente Lula (PT).
Comentando sobre a divisão no partido e no campo da direita, especialmente com a chance de nomes diferentes se lançarem sem Bolsonaro, Eduardo reafirma suas críticas.
Ele destaca que aqueles que pensam diferente e acreditam que a página de Bolsonaro foi virada ainda não têm segurança para se posicionar publicamente e serem eleitos. Eles sabem que precisam do apoio de Bolsonaro para vencer eleições.
Assim, pode haver uma torcida para que Bolsonaro não participe, abrindo espaço para essa