O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta quinta-feira (20/11) que a diminuição parcial das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos do Brasil não está vinculada às ações diplomáticas do governo brasileiro. Conforme afirmou, a decisão atende exclusivamente a interesses internos da administração de Donald Trump. Segundo o parlamentar, a reversão da medida está ligada à necessidade de controlar a inflação nos EUA.
“É fundamental esclarecer: a diplomacia brasileira não teve papel algum na retirada parcial dessas tarifas hoje. Assim como beneficiou outras nações, a decisão dos EUA foi motivada por fatores internos, especialmente a urgência de conter a inflação americana nos setores que dependem de insumos estrangeiros”, publicou em seu perfil na rede social X.
Ele ressaltou que a redução visa sobretudo o interesse de Trump em “mostrar resultados rápidos para que a população perceba a diminuição da inflação antes das eleições.”
Críticas a Moraes
Eduardo Bolsonaro também atribuiu ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, a implementação da tarifa de 50% aplicada pelos EUA sobre a maior parte das exportações brasileiras. O deputado chamou esse imposto de “tarifa-Moraes”, sustentando que seria uma retaliação à “crise institucional provocada pelo ministro.”
“A tarifa-Moraes de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros é resultado direto da crise institucional causada por Alexandre de Moraes, cujos abusos geram preocupação mundial e prejudicam a confiança do mercado internacional no Brasil”, afirmou.
Redução das tarifas sobre produtos agrícolas
A Casa Branca publicou, no mesmo dia, uma ordem executiva que elimina as tarifas de 40% impostas pelos Estados Unidos sobre determinados produtos agrícolas brasileiros. Foram zeradas as taxas sobre carne bovina fresca, resfriada ou congelada, além de produtos de cacau, café, algumas frutas, vegetais, nozes e fertilizantes.
Na semana anterior, o governo dos EUA já havia retirado a tarifa global de 10%, porém alguns setores brasileiros continuavam sujeitos a alíquotas elevadas.
O comunicado oficial indicou que houve avanços iniciais nas negociações após conversa telefônica entre Donald Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de outubro, permitindo a revisão da medida punitiva implementada sob a justificativa de que as políticas brasileiras representavam uma “ameaça incomum e extraordinária” para a segurança e os interesses econômicos americanos.
Essa ordem, assinada por Donald Trump, passou a valer para produtos importados a partir de 13 de novembro.
Produtos agrícolas excluídos da tarifa de 40%
- Carne bovina, incluindo carcaças, metades e cortes frescos, resfriados ou congelados, processados ou não, com ou sem osso;
- Frutas, vegetais, raízes e tubérculos como tomate, chuchu e castanha;
- Frutas variadas como coco, banana, abacaxi e laranja;
- Sucos de laranja e outros sucos cítricos;
- Café, chá e especiarias;
- Cacau e seus derivados;
- Fertilizantes.
A lista detalhada também inclui diversos minérios (ferro, estanho, carvão, linhito, turfa, alcatrão), óleos minerais (petróleo, óleos brutos, combustíveis) e inúmeros componentes para aeronaves.
Continuam sujeitos à tarifa adicional de 40% produtos que não constam na extensa lista de isenção, tais como máquinas e equipamentos agrícolas, veículos e peças automotivas, produtos siderúrgicos e químicos específicos, assim como têxteis e calçados.
