O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) manifestou seu apoio ao ex-secretário de Comunicação do Partido Liberal (PL) e ex-advogado de Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten. Na noite desta quarta-feira, 2, ele destacou a lealdade de Wajngarten e descreveu sua saída do partido como algo “no mínimo confuso”.
Wajngarten foi desligado do PL em maio deste ano, a pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após ser divulgada uma conversa entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid. Na troca de mensagens, eles discutiam a possibilidade de lançar Michelle como candidata à Presidência. Em determinada parte, Cid comenta: “Prefiro Lula”, concordando Wajngarten com um “Idem”.
Fontes próximas ao ex-advogado revelam que sua relação com a ex-primeira-dama não era amigável, sendo ela uma das motivadoras para sua saída. Quando procurado, Wajngarten optou por não se pronunciar.
Na terça-feira, 1, ele prestou depoimento à Polícia Federal sobre suspeitas de interferência no inquérito que investiga uma tentativa de golpe contra os resultados eleitorais de 2022. Wajngarten negou as acusações e repudiou veementemente qualquer tentativa de atrapalhar as investigações.
Em entrevista à CNN Brasil, após o depoimento, o advogado comentou sobre o julgamento referente aos eventos de 8 de janeiro, afirmando que eleições sem a participação do ex-presidente – considerado inelegível pelo TSE – “não seriam democráticas”.
Wajngarten afirmou continuar como um leal defensor da família Bolsonaro e declarou apoio a qualquer candidatura de membros dessa família, seja do ex-presidente ou dos seus filhos.
Eduardo Bolsonaro destacou, em seu perfil na plataforma X (antigo Twitter), que o advogado teria muitos motivos para se afastar do PL e criticar Jair Bolsonaro, mas que, mesmo assim, mantém sua postura e colabora dentro do possível.
“Eu admiro isso em um homem, isso é lealdade comprovada, uma pessoa guiada por princípios, independentemente das circunstâncias”, disse Eduardo.
As investigações indicam que Wajngarten e outro advogado da família Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, teriam procurado o tenente-coronel Mauro Cid e sua família, inclusive sua filha menor de idade, solicitando que ele anulara sua delação envolvendo o inquérito sobre a trama golpista.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que as condutas relatadas às autoridades indicam, em tese, o crime de obstrução de investigação.

