GABRIELA CECCHIN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os especialistas consultados pelo Banco Central revisaram para baixo a previsão da inflação para este ano, passando de 4,83% para 4,81%, uma leve redução segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (29).
A expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) tem mostrado um padrão de queda e estabilidade por mais de seis meses; a última vez que a previsão foi elevada foi em 10 de março.
A pesquisa também diminuiu a previsão para a cotação do dólar, de R$ 5,50 para R$ 5,48. A taxa Selic continua mantida em 15%, repetindo o valor pela 14ª semana consecutiva, e a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 2,16% pela terceira semana seguida.
Na última quinta-feira (25), foi divulgado que o IPCA-15 registrou alta de 0,48% em setembro, influenciado pelo aumento na conta de luz. Em agosto, o IPCA apresentou sua primeira queda em 12 meses, mas a inflação acumulada no último ano ainda era de 5,13%.
O Banco Central busca manter a inflação próxima de 3%. No sistema de meta contínua, o objetivo é considerado não cumprido se a inflação acumulada fica por seis meses seguidos fora da faixa de tolerância, que varia de 1,5% a 4,5%.
Na sexta-feira (26), o dólar recuou 0,51%, ficando cotado a R$ 5,337. O mercado brasileiro acompanhou novos dados de inflação dos Estados Unidos, medidos pelo índice PCE (índice de preços ao consumidor pessoal), que subiu 0,3% em agosto, após alta de 0,2% em julho.
De acordo com Bret Kenwell, analista da eToro, o mercado entende que os dados indicam estabilidade, permitindo que o Federal Reserve (Fed) mantenha o plano de reduzir os juros mais duas vezes ainda este ano.
Kenwell também comenta que a meta de inflação de 2% no momento não é prioridade para o Fed, que está mais preocupado em equilibrar o mercado de trabalho com os níveis de inflação.
No Brasil, para 2026, a previsão dos economistas é de inflação de 4,28%, dólar a R$ 5,58 e taxa Selic em 12,25%. A expectativa de crescimento econômico é de 1,8% em 2026, 1,9% em 2027 e 2% em 2028.