E-mails divulgados nesta quarta-feira (12/11) pela Comissão de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos revelam que o falecido condenado por crimes sexuais Jeffrey Epstein afirmou que o atual presidente dos EUA, Donald Trump, tinha conhecimento sobre as garotas, em uma possível referência a abuso sexual de menores.
Três mensagens foram divulgadas pelos opositores de Trump, nas quais Epstein escreve para sua companheira, Ghislaine Maxwell, condenada a 20 anos de prisão por tráfico sexual e crimes relacionados. Epstein também trocou e-mails mencionando Trump com o autor Michael Wolff, revelando sua proximidade com o político republicano.
Jeffrey Epstein era um bilionário norte-americano com laços em altos círculos políticos, financeiros e artísticos. Ele foi acusado de abusar sexualmente de centenas de meninas menores entre os anos 1990 e 2000. Epstein oferecia dinheiro às vítimas e as instruía a recrutar outras meninas para os abusos.
Foi preso pela primeira vez em 2008 após um polêmico acordo que garantiu pena leve. Novas investigações em 2019 levaram à sua prisão, mas ele foi encontrado morto em sua cela em agosto daquele ano; sua morte foi registrada como suicídio, embora teorias da conspiração persistam.
Trump e Epstein foram amigos durante os anos 1990 e início dos anos 2000, frequentando festas juntos e aparecendo em registros fotográficos. Em 2002, Trump chegou a elogiar Epstein, afirmando que ele “gostava de mulheres jovens”.
Em uma mensagem de 2011 para Maxwell, Epstein afirma que Trump passou horas em sua casa com uma das vítimas do tráfico sexual, classificando-o como um “cachorro que não latiu” e observando que o presidente norte-americano nunca foi mencionado no caso.
Em outra mensagem de 2019 para Michael Wolff, Epstein diz que Trump sabia das meninas e pediu a Ghislaine para parar. Ele menciona que Trump solicitou sua renúncia a um cargo em um clube exclusivo na Flórida, o Mar-a-Lago, embora Epstein tenha afirmado nunca ter sido membro do clube.
Em mensagem de 2015, Michael Wolff discute com Epstein sobre como responder a perguntas da mídia sobre o vínculo entre Trump e Epstein, sugerindo que Epstein deixasse Trump se prejudicar sozinho para obter vantagem política.
Donald Trump negou saber das ações de Epstein, apesar da proximidade deles. Democratas acusam a Casa Branca de tentar esconder o envolvimento e exigem a divulgação dos documentos relacionados ao escândalo.
O deputado democrata da Califórnia, Robert Garcia, pediu nas redes sociais que os documentos fossem tornados públicos, afirmando: “Os democratas do Comitê de Supervisão divulgaram hoje e-mails gravíssimos e perturbadores sobre a relação entre Trump e Epstein. Um e-mail de Epstein revela que Trump passou horas em sua casa com uma vítima. Não vamos parar até acabar o encobrimento da Casa Branca. Divulguem os arquivos imediatamente.”