Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, afirmou que, apesar da surpresa e tristeza pelas ações unilaterais dos Estados Unidos no comércio exterior, o ministério está tentando abrir um diálogo e negociar com os americanos.
Durigan, representando o ministro Fernando Haddad, participou remotamente de um evento da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e do Council of the Americas, mencionando que forças internas dificultam as negociações com os EUA.
Ele destacou que o governo brasileiro, incluindo o presidente Lula e o vice-presidente Alckmin, acredita que não há base econômica para as tarifas impostas.
Nos últimos 15 anos, o Brasil teve um déficit comercial de aproximadamente US$ 90 bilhões com os EUA em bens, e cerca de US$ 40 bilhões em serviços, totalizando um déficit equivalente a 6% do PIB brasileiro.
Durigan ressaltou que o Brasil é deficitário em relação aos Estados Unidos, diferente do que ocorre entre os EUA e a China. Ele destacou o histórico de 200 anos de parceria entre os países e classificou as tarifas como uma quebra de respeito e acordo diplomático.
Ele alertou que penalizar empresários brasileiros e estrangeiros que investem no Brasil não faz sentido, e lamentou a situação.
Diversificação dos mercados
Durigan destacou que o Brasil tem diversificado seus mercados de exportação. No começo dos anos 2000, 50% das exportações brasileiras iam para os EUA. Hoje, esse percentual está dividido entre EUA, China e União Europeia, mostrando mais equilíbrio.
Ele também mencionou o esforço do governo Lula para manter equilíbrio fiscal, gerando superávits em alguns períodos e enfrentando déficits primários recentes devido ao aumento das despesas.
Segundo Durigan, o governo atual busca recuperar o Brasil, criando empregos, combatendo a fome e retomando o caminho do superávit primário e da coesão social.