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sexta-feira, 26/09/2025

Drone sobrevoa aeroportos na Dinamarca e levanta suspeita de ação russa

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A Dinamarca enfrentou uma ameaça constante após drones desconhecidos terem sobrevoado aeroportos civis e militares durante duas noites consecutivas. O governo acredita que um “profissional” está por trás desses voos e investiga possíveis ligações com recentes movimentos russos na Europa. Apesar de não haver ameaça militar direta no momento, as autoridades reforçaram a segurança e alertaram sobre o risco de ataques híbridos antes de uma reunião da União Europeia em Copenhague.

Os drones foram identificados nos aeroportos de Aalborg (no norte), Esbjerg (oeste), Sonderborg (sul) e na base aérea de Skrydstrup, mas acabaram se afastando por conta própria, conforme relatado pela polícia.

Na segunda-feira, 22 de setembro, drones não identificados também sobrevoaram os aeroportos de Copenhague e Oslo, na Noruega, interrompendo o tráfego aéreo por várias horas. Esses incidentes aconteceram após incursões de drones russos na Polônia e Romênia, e interceptações de caças russos no espaço aéreo da Estônia, embora não haja confirmação oficial de ligação entre esses casos.

O governo dinamarquês, que garante não haver ameaça militar imediata, anunciou a compra de novos sistemas para detectar e neutralizar drones. O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, declarou que o objetivo desses ataques híbridos é criar medo, dividir a sociedade e intimidar.

Como membro da OTAN, a Dinamarca vai receber líderes da União Europeia para um encontro em Copenhague na próxima semana. O aeroporto de Aalborg foi temporariamente fechado, mas reabriu horas depois. Após avaliação conjunta da polícia e das Forças Armadas, decidiu-se não abater os drones para evitar riscos à segurança civil. O chefe do Estado-Maior, Michael Hyldgaard, confirmou que os drones tinham luzes visíveis do solo, porém não foi possível identificar o modelo ou os operadores. Os aeroportos de Esbjerg e Sonderborg permaneceram operacionais por não haver voos previstos.

Uma investigação foi aberta com o apoio dos serviços de inteligência e das Forças Armadas para esclarecer o ocorrido. Após o episódio, a primeira-ministra Mette Frederiksen qualificou o evento como o ataque mais sério contra uma infraestrutura crítica no país, sem descartar envolvimento da Rússia.

Mette Frederiksen relacionou o caso a outras ações recentes, como ataques de drones, violações aéreas e ciberataques contra aeroportos europeus. Países membros da OTAN, incluindo Polônia, Romênia e Estônia, responsabilizam a Rússia, que nega as acusações por meio do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que as classificou como infundadas.

Esses episódios ocorrem pouco depois do anúncio da Dinamarca para a primeira compra de armas de precisão de longo alcance, justificando a defesa contra uma ameaça russa considerada duradoura. Também recentemente, aeroportos em cidades como Bruxelas, Londres, Berlim e Dublin sofreram ciberataques de origem desconhecida.

Resposta da OTAN

A OTAN está intensificando seus esforços para enfrentar o aumento da ameaça representada por drones e interferências em sinais de GPS na Europa. Além das ocorrências na Dinamarca, Polônia e Romênia, navios e aviões têm sido alvo de tentativas coordenadas de bloqueio, gerando apreensão entre as autoridades.

Julien Dechanet, capitão de fragata e responsável pela divisão Cibernética do Comando Aliado de Transformação (ACT), explicou que os sinais de GPS são essenciais para navegação e frequentemente alvo de interferências. Por isso, a OTAN está testando um sistema inovador que mantém a qualidade do sinal mesmo em ambientes adversos.

Para proteger suas embarcações, a OTAN observa alta resiliência contra bloqueios completos. Em resposta aos desafios, a aliança revisou sua estratégia e firmou parcerias com startups europeias focadas em soluções antidrone, algumas já utilizadas pelas forças ucranianas. Dechanet comentou que busca adaptar essas tecnologias para uso aliado.

O grande desafio é inovar para proteger contra ameaças utilizando equipamentos limitados contra drones simples. Conforme Dechanet, vencer um conflito hoje depende da rapidez da inovação: detectando, adaptando e neutralizando ameaças rapidamente com soluções eficazes e de baixo custo.

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