O helicóptero foi localizado dentro de uma oficina no bairro Jardim Fazenda Rincão. Dentro dele, foram encontrados vestígios de cocaína e dois tambores de gasolina que, segundo a polícia, são utilizados para aumentar a autonomia da aeronave em viagens de longa duração. O helicóptero também não tinha outros bancos além do assento do piloto e teve o GPS removido.
De acordo com o chefe de investigações da Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes (Dise) de São Bernardo do Campo, Carlos César Alves, a aeronave era monitorada desde janeiro e pode ter sido utilizada por Felipe Ramos Moraes, piloto suspeito de ter se envolvido no assassinato de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Alves, a aeronave era utilizada por facções criminosas para transportar drogas da Bolívia para São Paulo. Nos últimos quatro dias, o helicóptero realizou 56 horas de viagem. Nenhuma delas foi registrada no diário de bordo ou reportada à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
“A aeronave voava sem plano de voo, sem avisar a Anac, em horário de fim de semana. O típico de aeronave que transporta drogas”, afirmou o chefe de investigações. De acordo com o Dise, o helicóptero também está em nome de laranja. “É realmente um esquema sofisticado e que dificilmente a polícia consegue identificar”, disse Alves.
Dois pilotos e um copiloto foram presos em flagrante. Entre eles está Rogério Almeida Antunes, que em 2013 foi detido em flagrante no Espírito Santo por transportar 450 quilos de cocaína em helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, do então deputado estadual mineiro Gustavo Perrella. À época, a Polícia Federal concluiu que Antunes não tinha envolvimento com a droga. Os outros dois detidos não possuem passagens pela polícia.