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sexta-feira, 21/11/2025




Dólar ultrapassa R$ 5,40 em dia difícil para moedas na América Latina

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Em Brasília

O dólar terminou o dia em alta significativa nesta sexta-feira (21), enquanto várias moedas latino-americanas sofreram fortes perdas devido à queda no preço do petróleo. O real, a moeda brasileira, acompanhou a tendência negativa após um período de aversão ao risco no mercado internacional, influenciado pelo relatório de emprego dos EUA divulgado na quinta-feira, quando o mercado brasileiro estava fechado.

Durante o período de maior instabilidade, o dólar chegou a alcançar R$ 5,43 antes de reduzir um pouco os ganhos com a recuperação dos mercados em Nova York. Apesar do anúncio do presidente Donald Trump sobre a retirada de tarifas elevadas sobre produtos brasileiros como café e carne, o destaque do dia foi a valorização da moeda americana.

O dólar fechou cotado a R$ 5,4015, o maior patamar desde outubro, com uma alta semanal de quase 2%. Apesar disso, no acumulado do ano, o dólar ainda apresenta queda frente ao real, próximo de 12,6%.

O real teve a pior performance entre as moedas das economias emergentes, seguido pelo peso colombiano. A valorização do iene afetou o mercado de operações financeiras que envolvem moedas latino-americanas, contribuindo para a desvalorização dessas divisas. Especialistas indicam que o real pode continuar vulnerável no final do ano, devido ao aumento das remessas de lucros para o exterior.

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destaca a incerteza do cenário econômico americano, marcada por dados atrasados devido ao shutdown de 43 dias e a indecisão do Federal Reserve sobre cortes nos juros para dezembro.

O índice DXY, que mede o valor do dólar frente a seis moedas importantes, superou recentemente o patamar de 100 pontos, indicando uma tendência de fortalecimento da moeda americana.

Mercado de Trabalho nos EUA

O relatório de emprego dos EUA mostrou a criação de 119 mil vagas em setembro, número superior às expectativas. Entretanto, houve revisões para baixo nos meses anteriores e uma leve alta na taxa de desemprego, indicando um mercado de trabalho com desafios.

O Fed de Nova York, representado por John Williams, sugeriu a possibilidade de cortes na taxa básica de juros ainda este ano, aumentando as expectativas do mercado em relação a novas políticas monetárias.

Mercado Brasileiro de Ações

O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, fechou em queda leve, influenciado pelo cenário internacional e pelas incertezas fiscais internas. Investidores ajustaram posições diante das notícias globais e das discussões sobre investimentos em tecnologia.

Segundo o analista Matheus Spiess, apesar da queda, o mercado continua valorizado no ano, e as recentes movimentações refletem ajustes técnicos em resposta ao comportamento das bolsas americanas.

Mercado de Juros

No mercado de títulos públicos futuros (DIs), as taxas oscilaram, mas no final do dia ficaram praticamente estáveis. A tendência de cortes nos juros americanos ajudou a conter maiores altas nas taxas brasileiras.

A economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa, comentou sobre a liquidez reduzida e a sensibilidade do mercado a mudanças nas perspectivas econômicas internacionais.

Além disso, a retirada parcial das tarifas americanas sobre produtos brasileiros impactou positivamente as expectativas para a economia e para a moeda brasileira.

No cenário político, o mercado segue atento às tensões entre Executivo e Legislativo, que podem afetar a estabilidade fiscal do país.

De modo geral, as taxas de juros futuras sofreram poucas mudanças significativas na semana, indicando um momento de cautela e espera no mercado financeiro.




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