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terça-feira, 02/12/2025

dólar sobe próximo a r$ 5,36 devido ao aumento das remessas

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O dólar fechou a segunda-feira, 1º, em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,3593, após atingir uma máxima de R$ 5,3613. Esse movimento ocorreu principalmente por causa do aumento da demanda pela moeda americana no mercado local para envio de recursos ao exterior, como lucros e dividendos.

Marcos Weigt, diretor da Tesouraria do Travelex Bank, explicou que, após o ajuste dos contratos futuros no início do mês, houve um crescimento na procura pelo “dólar à vista” para as remessas de fim de ano. Ele destacou que essa pressão deve continuar durante todo o mês, mas sem provocar uma alta expressiva, já que o Banco Central provavelmente intervirá.

Analistas ouvidos pela Broadcast indicam que o Banco Central pode realizar ofertas adicionais de dólar, incluindo operações estratégicas conhecidas como “casadão”. Em evento da XP, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou a defesa do regime de câmbio flutuante e afirmou que a intervenção cambial ocorre somente em casos de disfunção.

No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar contra seis moedas fortes, caiu levemente no fim da tarde. O índice de atividade industrial (PMI) dos EUA ficou abaixo do esperado, indicando um leve recuo na atividade econômica.

Houve valorização do iene após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sinalizar possível aumento de juros na próxima reunião de política monetária. Essa valorização pode impactar negativamente as moedas latino-americanas, como o real e o peso colombiano, que sofreram desvalorização apesar da alta nos preços do petróleo e do minério de ferro.

Eduardo Aun, gestor da AZ Quest, avalia que o impacto da provável elevação de juros no Japão sobre as moedas da América Latina será pequeno. Segundo ele, a sinalização do Federal Reserve favorece as moedas emergentes até o fim do ano, embora sem grandes oscilações.

O gestor acredita que o Fed realizará um corte de 0,25 ponto percentual nos juros na próxima semana, após recentes declarações mais moderadas dos dirigentes do banco. Essa postura visa responder à piora nas condições financeiras e proporcionar maior estabilidade aos mercados.

Mercado de ações

O índice Ibovespa começa dezembro próximo a ganhos de 32% no ano, rumo ao melhor desempenho desde 2016. No pregão de segunda-feira, o índice oscilou entre 158.029,48 e 159.223,92 pontos, encerrando em 158.611,01 pontos, em leve queda de 0,29%, com volume financeiro de R$ 22 bilhões.

Setores como o financeiro apresentaram desempenho negativo, enquanto empresas ligadas a commodities, como Vale e Petrobras, tiveram valorização. As ações de Eneva, WEG e BB Seguridade foram as que mais subiram, enquanto MBRF, C&A e CVC tiveram as maiores perdas.

Matthew Ryan, da Ebury, destaca que indicadores econômicos dos EUA estão em segundo plano nos mercados devido ao atraso na divulgação causado pelo shutdown. Ele ressalta que o relatório de inflação PCE, previsto para quinta-feira, pode influenciar o mercado.

No cenário nacional, a divulgação do PIB é aguardada e deve apresentar crescimento sólido, mesmo que com sinais de desaceleração em alguns setores, como o agronegócio, segundo a One Investimentos.

Juros

Os juros futuros na B3 tiveram alta leve no início de dezembro, mas a desvalorização do real frente ao dólar foi mais significativa. A pressão sobre as taxas foi influenciada principalmente por fatores externos, como a sinalização do Banco do Japão sobre aumento de juros.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, adotou postura conservadora, destacando que o mercado de trabalho está aquecido e as expectativas inflacionárias permanecem acima do alvo. Ele afirmou que o Copom não vê necessidade de sinalizações sobre os próximos passos da política monetária, mantendo uma abordagem cautelosa.

O boletim Focus indicou estabilidade nas projeções para inflação e Selic nos anos futuros, com pequenas alterações nas expectativas para 2025 e 2028.

Andrea Damico, economista-chefe da BuysideBrazil, comentou que a alta do dólar foi o principal fator para o mau desempenho dos ativos domésticos, mesmo com avanço nos DIs, devido à influência do mercado externo.

Além disso, a tensão entre os Poderes Executivo e Legislativo, especialmente com indicação para o Supremo Tribunal Federal e pautas legislativas urgentes, contribui para o cenário de cautela no mercado.

Por fim, Gabriel Galípolo reforçou em evento que a postura do Banco Central é de humildade e conservadorismo, priorizando a estabilidade e a segurança na condução da política monetária.

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