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terça-feira, 16/12/2025

dólar sobe para r$5,42 com impacto em moedas emergentes e fluxo financeiro

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O dólar fechou em alta nesta segunda-feira, encostando em R$ 5,42, após mostrar força durante a tarde. A desvalorização do real ocorreu devido a uma possível saída de recursos do mercado local, algo comum no fim do ano quando empresas enviam lucros para o exterior.

O aumento do dólar também está ligado à valorização da moeda americana frente a moedas de países emergentes e exportadores de commodities, acompanhado pela queda no preço do petróleo. O fortalecimento do iene japonês, motivado por expectativa de alta nos juros no Japão, pode ter causado ajustes em investimentos envolvendo moedas da América Latina. O peso chileno teve queda após a eleição do candidato conservador José Antonio Kast.

O dólar oscilou entre R$ 5,38 e R$ 5,43, fechando com alta de 0,21%. No mês de dezembro, acumula valorização de 1,63%, apesar de queda em novembro, e no ano apresenta perda de 12,27%. Moedas como o peso mexicano e colombiano tiveram desempenho melhor que o real recentemente.

O economista sênior André Valério, do Banco Inter, destaca que o dólar tende a ficar em torno de R$ 5,40 até o fim do ano, influenciado pelo fluxo tradicional de fim de ano e expectativa de cortes nos juros americanos em 2026. A divulgação do relatório de emprego dos EUA, adiada em razão do shutdown, é aguardada para amanhã.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, aponta que a liquidez no mercado está menor e há pressão para remessas ao exterior, podendo levar o Banco Central a atuar para estabilizar o câmbio por meio de leilões ou venda de dólares. O real pode perder um pouco do apelo caso os juros japoneses subam, afetando o carry trade.

Bolsa

O Ibovespa manteve alta pela quarta sessão seguida, chegando perto dos recordes recentes, com forte desempenho do setor financeiro. Os maiores bancos tiveram ganhos expressivos, e ações como Rede D’Or, ISA Energia e Hapvida lideraram as altas, enquanto Assaí, Azzas e Braskem estiveram entre as maiores quedas.

Especialistas como Matthew Ryan, da Ebury, ressaltam que a semana será marcada por importantes divulgações econômicas dos EUA, incluindo o relatório do mercado de trabalho, que pode influenciar as políticas monetárias divergentes entre os principais bancos centrais do mundo.

Rachel de Sá, da XP, destaca uma mudança no foco do mercado brasileiro, que agora preocupa-se mais com aspectos específicos do setor de tecnologia e investimentos em inteligência artificial, além da expectativa de selic mais baixa em 2026 conforme projeções recentes de inflação.

Juros

A curva de juros apresenta movimentos mistos, com certa estabilidade nos vencimentos curtos e queda nos intermediários e longos. A situação política, embora relevante, não trouxe alívio significativo para os títulos públicos. O mercado permanece atento a declarações do Federal Reserve, que apesar de fortalecer a expectativa de cortes, geram incertezas.

Gustavo Okuyama, da Porto Asset, comenta que apesar da pressão do dólar, os investidores monitoram os sinais do Fed. Declarações de dirigentes como Susan Collins e John Williams refletem preocupação com a inflação persistente e indicam um desaquecimento gradual do mercado de trabalho americano.

Dados recentes como o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostraram leve queda em outubro, afetando expectativas de crescimento. Ainda assim, o cenário econômico no Brasil indica desaceleração prevista e projeções de inflação em queda para os próximos anos, com mercado aguardando a ata do Copom para mais direcionamento.

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