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terça-feira, 21/10/2025

Dólar sobe ligeiramente nesta terça-feira acompanhando mercado internacional

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O dólar começou o dia subindo um pouco nesta terça-feira (21), após ter caído nos quatro dias anteriores. Isso acontece porque a moeda americana está se valorizando em comparação com outras moedas ao redor do mundo.

Os investidores estão atentos à eleição de Sanai Takaichi como primeira-ministra do Japão, a primeira mulher a ocupar esse cargo. Além disso, analistas observam os recentes dados econômicos da China e as negociações sobre tarifas entre Brasil e Estados Unidos.

Às 9h07, o dólar subia 0,28%, cotado a R$ 5,3855. Na segunda-feira (20), fechou em queda de 0,66%, a R$ 5,370, enquanto a bolsa aumentou 0,77%, chegando a 144.509 pontos.

O destaque do dia são os dados econômicos da China e as expectativas sobre as tarifas comerciais entre Pequim e Washington.

Segundo dados divulgados domingo (19), o PIB chinês desacelerou pelo segundo trimestre seguido, crescendo 4,8% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado.

Essa taxa é menor do que os 5,2% do segundo trimestre e 5,4% do primeiro, mas ainda aproxima a China da meta de crescimento de 5% para 2025. O mercado entende que a crise no setor imobiliário e as tensões comerciais com os EUA reduziram a demanda, pressionando o governo a adotar novos estímulos econômicos.

As tensões comerciais com os EUA intensificaram as fragilidades da economia chinesa, ainda dependente da indústria e da demanda externa. Isso aumenta as expectativas de que a China implemente mudanças para focar mais no consumo interno.

Além disso, a desaceleração ocorre em meio a ameaças de novas tarifas americanas. Donald Trump anunciou sobretaxas de 100% sobre produtos chineses e novos controles de exportação de softwares críticos, com validade até 1º de novembro, antes do fim da trégua tarifária.

No sábado (18), o governo da China informou que representantes dos dois países devem se reunir esta semana para uma nova rodada de negociações.

Essas medidas comerciais ocorreram após a China ampliar o controle sobre exportação de metais de terras raras, usados em diversas indústrias, como automotiva e defesa.

Trump comentou que a tarifa de 100% não é sustentável, mas disse que foi forçado a isso, e confirmou que se encontrará com o líder chinês Xi Jinping em duas semanas, na Coreia do Sul.

Antes disso, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, pretende se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng para tentar evitar um aumento nas tarifas.

O aumento das tensões comerciais entre EUA e China reacende receios de uma guerra comercial intensa, semelhante ao início do ano, quando ambos aplicaram taxas elevadas sobre produtos um do outro. Após meses de disputa, as taxas foram temporariamente reduzidas, mas a trégua vai até 12 de novembro.

Com sinais de melhora nas relações, os mercados voltaram a ter maior apetite por risco, refletindo na valorização do real, segundo Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.

Nos EUA, o governo também está aberto a negociações com o Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, reuniram-se na Casa Branca na última quinta-feira.

O governo americano declarou que as conversas foram positivas e definiram um cronograma de trabalho, demonstrando alinhamento entre as partes.

Leonel Mattos, analista da StoneX, destaca que esta é a primeira de várias conversas, que ainda levarão tempo para resultados concretos, mas já trazem otimismo aos investidores.

Internacionalmente, o mercado aguarda com atenção os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados na sexta-feira. Este será o primeiro relatório oficial desde o início do shutdown do governo federal.

Economistas esperam uma inflação mensal entre 3% e 4%, valor acima da meta do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, apesar da postura mais favorável a cortes de juros.

O Fed se reúne entre 28 e 29 de outubro para decidir sobre a taxa de juros. Na última reunião, foi realizada uma redução de 0,25 ponto percentual, a primeira desde dezembro passado, fixando a taxa entre 4% e 4,25%. Esse corte foi baseado na avaliação dos riscos maiores de desaceleração do mercado de trabalho frente à inflação.

O mercado agora espera outro corte de 0,25 ponto na reunião de outubro. Julia Coronado, fundadora da MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, afirma que o corte já é esperado, pois os riscos de desaceleração do mercado de trabalho persistem.

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