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domingo, 28/12/2025

Dólar sobe ligeiramente com espera por dados econômicos dos EUA

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O dólar iniciou o dia com uma leve alta nesta sexta-feira, enquanto investidores aguardam a liberação de novos dados econômicos nos Estados Unidos, após a paralisação governamental mais longa da história do país, que durou 43 dias.

Com o retorno dos funcionários públicos às suas funções na última quinta-feira, espera-se que os órgãos responsáveis pela coleta de informações, como o Produto Interno Bruto (PIB) e dados do mercado de trabalho, retomem suas atividades normalmente.

Às 9h15, o dólar avançava 0,21%, cotado a R$ 5,3096. Na quinta-feira, a moeda americana teve variação positiva de 0,09%, sendo negociada a R$ 5,297, e a Bolsa de Valores caiu 0,29%, alcançando 157.162 pontos.

O fim da paralisação federal nos EUA foi o principal fator que influenciou as decisões dos investidores, juntamente com o período de divulgação dos balanços corporativos.

O processo iniciou na segunda-feira com a aprovação pelo Senado de um projeto para restabelecer o financiamento das agências federais. Na quarta-feira, a Câmara dos Representantes apoiou o acordo com 222 votos a favor contra 209, e o presidente Donald Trump sancionou a medida poucas horas depois.

Com a assinatura, os servidores retornaram aos seus postos na quinta-feira, embora a retomada completa dos serviços ainda seja gradual.

Donald Trump comentou durante a cerimônia de assinatura: “Não podemos permitir que isso aconteça novamente. Não é assim que se governa um país.”

Este acordo encerra oficialmente o shutdown de 43 dias, que é o mais longo da história dos EUA. A medida garante o financiamento do governo até 30 de janeiro, mas também mantém o ritmo acelerado da dívida pública, que atualmente soma US$ 38 trilhões e cresce cerca de US$ 1,8 trilhão por ano.

Para os mercados, o fim da paralisação traz mais confiança em relação à economia americana. Desde o início do shutdown em 1º de outubro, a ausência de dados oficiais prejudicou as decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, especialmente no que diz respeito a ajustes nas taxas de juros.

Até então, a falta de informações claras levantava dúvidas sobre a continuidade do ciclo de cortes de juros iniciado em setembro. O presidente do Fed, Jerome Powell, chegou a usar a metáfora de dirigir na neblina para descrever o cenário incerto, alertando os investidores para a cautela.

As expectativas do mercado se dividem agora: a ferramenta FedWatch do CME Group indica que 52,6% dos operadores antecipam mais um corte de 0,25 ponto percentual, enquanto 46,4% acreditam na manutenção da atual taxa entre 3,75% e 4%.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, destaca que a retomada das publicações de dados econômicos poderá mudar essas projeções, uma vez que os órgãos antes fechados vão liberar informações importantes.

Fernanda Campolina, sócia da One Investimentos, acredita que o fim da paralisação fará o Fed se sentir mais seguro para realizar cortes nos juros ainda em 2025, o que beneficiaria mercados emergentes como o Brasil.

Isso porque taxas de juros mais baixas nos EUA costumam incentivar investimentos em outras economias. Os títulos do Tesouro americano, conhecidos como “treasuries”, são considerados quase isentos de risco, e seu rendimento atrai ou afasta investidores de outros mercados.

Além disso, os balanços corporativos recentes orientaram algumas decisões de investimento. O Banco do Brasil reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, o que representa uma queda de 60,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo queda nas ações da instituição.

Por outro lado, as ações da operadora de planos de saúde Hapvida sofreram uma forte queda de 43%, devido a resultados financeiros que surpreenderam negativamente analistas.

Pelo lado positivo, a valorização de 0,7% das ações da Petrobras ajudou a aliviar a pressão negativa sobre o índice Ibovespa.

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