MAELI PRADO
SÃO PAULO, SP
O dólar teve uma pequena alta de 0,13% nesta sexta-feira (12), ficando abaixo de R$ 5,40, reagindo à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com pena de 27 anos e três meses de prisão.
Investidores estão atentos a possíveis novas ações do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o Brasil. O mercado brasileiro segue a tendência internacional, onde o dólar está valorizado frente a moedas fortes e de países emergentes.
Na quinta-feira (11), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos responderão de forma adequada à que ele chamou de ‘caça às bruxas’ contra Bolsonaro.
Também são analisados dados da economia brasileira referentes a julho, divulgados pelo IBGE, e informações preliminares sobre o sentimento dos consumidores americanos em setembro, pela Universidade de Michigan.
O setor de serviços no Brasil cresceu 0,3% em julho na comparação com o mês anterior, marcando a sexta alta mensal consecutiva, o que indica resistência mesmo com o aperto nas políticas monetárias.
Na quinta-feira (12), o dólar fechou em baixa e a Bolsa brasileira subiu após dados de pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA terem superado as expectativas, reforçando a possibilidade de cortes nos juros pelo Federal Reserve, banco central americano.
No entanto, após uma pesquisa Datafolha mostrar aumento na aprovação do governo do presidente Lula para 33%, o dólar desacelerou sua queda, e o índice Ibovespa se afastou de suas máximas do dia.
No fechamento do pregão, o dólar caiu 0,27%, cotado a R$ 5,391, valor mais baixo desde agosto, enquanto o Ibovespa subiu 0,56%, atingindo seu maior nível nominal da história, aos 143.150 pontos.
Investidores também consideraram o índice de inflação dos EUA, que ficou um pouco acima do esperado, e os números do varejo brasileiro, confirmando uma desaceleração econômica moderada.
Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram para 263 mil na semana encerrada em 6 de setembro, acima das projeções, e o Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,4% em agosto, ligeiramente acima da expectativa de 0,3%.
Esses dados são observados com atenção pois influenciam as decisões do Federal Reserve sobre juros.
De acordo com Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, a inflação americana tem mostrado persistência, mas não deve alterar as previsões de cortes de juros na próxima reunião do Fed, marcada para 17 de setembro.
Na Europa, o Banco Central manteve a taxa de juros em 2% ao ano, decisão divulgada na quinta-feira.
Já no Brasil, as vendas no varejo caíram 0,3% em julho na comparação com junho, confirmando a tendência de desaceleração, principalmente em setores sensíveis ao crédito, como veículos, materiais de construção, móveis e eletrodomésticos, impactados pela alta taxa Selic.
A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, comentou que esses resultados mostram que o varejo vem perdendo força ao longo do ano.
