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sexta-feira, 07/11/2025




Dólar sobe e bolsa varia com atenção no mercado externo

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O dólar está subindo nesta sexta-feira (7), com poucos eventos econômicos acontecendo no Brasil e no exterior.

O mercado analisa os acontecimentos recentes, como a decisão do Copom sobre os juros, e acompanha o movimento internacional, que está mais cauteloso hoje.

Por volta das 10h25, o dólar subia 0,16%, sendo negociado a R$ 5,357. A bolsa de valores, que vinha batendo recordes desde a segunda-feira passada, caiu 0,14%, ficando em 153.115 pontos.

Na quinta-feira, o dólar caiu 0,23%, valendo R$ 5,348, e a bolsa subiu 0,02%, chegando a 153.339 pontos, atingindo novo recorde histórico.

Durante a sessão, o Ibovespa chegou a passar dos 154 mil pontos pela primeira vez na história, alcançando 154.352, mas perdeu força no decorrer do dia, apesar de ter se valorizado pelo 12º pregão consecutivo.

Os investidores reagiram à decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15% ao ano, afirmando que essa taxa deverá continuar nesse patamar por um “período bastante prolongado”.

Essa decisão veio apesar da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por cortes nos juros na semana passada.

Assim como na última reunião de setembro, o Copom adotou uma postura cautelosa e não indicou quando ocorrerão cortes nos juros.

No comunicado, o Comitê deixou claro que manter as taxas elevadas por um tempo é suficiente para que a inflação volte à meta. Muitos economistas esperavam que o Copom mostrasse intenção de cortar juros mais rapidamente, o que não aconteceu.

A decisão foi esperada pela maioria dos analistas, mas o futuro das taxas de juros ainda é incerto.

Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, afirmou que o comunicado indica que o corte dos juros não deve ocorrer tão cedo. Ele explicou que o Copom deve aguardar melhoras tanto no mercado interno quanto externo antes de reduzir a política monetária restritiva.

Marcos Praça, diretor de análise da Zero Markets Brasil, classificou o comunicado como neutro, dizendo que o BC preferiu deixar qualquer mudança para decisões futuras e mencionou até a possibilidade de aumentar juros, enfatizando uma postura cautelosa.

Leonel Mattos, analista da StoneX, disse que o comunicado foi conservador, mas já mostra sinais de que a inflação está desacelerando, o que pode permitir cortes nos juros no futuro. Ele prevê que os cortes devem começar em janeiro de 2026, não em dezembro.

Desde setembro, as projeções para a inflação em 2026 caíram de 4,3% para 4,2% e para 2027 de 3,93% para 3,8%, segundo o boletim Focus. O alvo do Banco Central é manter a inflação em 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5% a 4,5%.

No mercado de câmbio, quanto maior a diferença entre os juros do Brasil e dos Estados Unidos, melhor para o real. Quando os juros nos Estados Unidos caem — como ocorreu nas últimas reuniões do Fed — e a Selic permanece alta, investidores aproveitam essa diferença para apostar na valorização do real, comprando a moeda brasileira.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, afirmou que a decisão do Banco Central, vista como sinal de independência e firmeza na política monetária, fortaleceu essa estratégia e sustentou o real durante o pregão.

Também chamou atenção dos investidores notícias da economia norte-americana. A empresa Challenger, Gray & Christmas divulgou que as demissões em massa nos EUA aumentaram em outubro, alcançando o maior número para esse mês em 22 anos.

Por outro lado, dados da ADP mostraram que foram criados 42 mil empregos no setor privado em outubro, superando a expectativa de 28 mil. Historicamente, esses dados muitas vezes divergem dos números oficiais do governo, por isso os economistas pedem cautela ao interpretá-los.

Com a paralisação do governo federal dos EUA, a mais longa da história, a divulgação de dados oficiais está suspensa. Essa situação dificulta o trabalho do Fed, que depende desses dados para decidir sobre a taxa de juros.

Sem esses dados oficiais, o Fed tem se baseado em relatórios alternativos, embora reconheça que a falta de informações “padrão-ouro” limita a visão sobre a situação econômica.

Na última reunião, o Fed reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, chegando a uma banda entre 3,75% e 4%. Novos cortes não são certos — o presidente da autarquia, Jerome Powell, afirmou que há opiniões distintas sobre o que fazer em dezembro.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta que os investidores vêem 67% de chance de um corte de 0,25 ponto na reunião de 10 de dezembro.




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