FOLHAPRESS
O dólar está subindo hoje, após ter caído nos últimos quatro dias, acompanhando a valorização da moeda americana em relação a outras moedas no mercado internacional.
Especialistas financeiros também estão de olho na proposta de Orçamento que deve ser apresentada ao Congresso hoje, conforme informado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Por volta das 11h57, o dólar subia 0,30%, cotado a R$ 5,386, acompanhando o desempenho da moeda no exterior. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a seis outras moedas importantes, também registrava alta de 0,35%.
Ao mesmo tempo, a Bolsa de Valores apresentava uma leve queda de 0,03%, mantendo-se praticamente estável, contrariando a tendência dos dias anteriores.
Com poucos indicadores importantes na agenda econômica hoje, o mercado está atento às discussões em Brasília, onde o governo busca uma solução para o Orçamento, após o Congresso ter rejeitado recentemente uma medida provisória que taxava investimentos financeiros.
Fernando Haddad informou que a Casa Civil e o Ministério da Fazenda estão reunidos para finalizar ainda hoje a proposta orçamentária a ser enviada ao Congresso.
A discussão envolve tanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) quanto opções para substituir a medida provisória sobre aumento de impostos.
Haddad declarou: “A Casa Civil e a Fazenda estão reunidos hoje para processar o que foi discutido com os líderes e, até o início da tarde, teremos uma decisão sobre os próximos passos”.
Além disso, investidores continuam atentos ao cenário externo, principalmente às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou a aplicação de sobretaxas adicionais de 100% em produtos chineses e introduziu novos controles de exportação sobre softwares críticos, vigentes até 1º de novembro, poucos dias antes do fim da atual trégua tarifária entre os dois países.
No último sábado, o governo chinês afirmou que representantes dos dois países devem se reunir esta semana para uma nova rodada de negociações.
Essas medidas comerciais são uma resposta à ampliação dos controles chineses sobre a exportação de terras raras, materiais essenciais para diversas indústrias, incluindo automotiva e de defesa.
Trump declarou que a tarifa de 100% não é sustentável, mas que foi forçado a implementá-la. Ele também confirmou que se encontrará com o líder chinês, Xi Jinping, nas próximas duas semanas na Coreia do Sul.
Antes desse encontro, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, espera realizar uma reunião com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, para tentar evitar uma nova escalada das tarifas.
A tensão comercial crescente entre os EUA e a China tem gerado preocupação sobre uma possível guerra comercial de larga escala, semelhante à que ocorreu no início do ano, quando tarifas elevadas foram impostas por ambos os lados.
Naquele período, Trump aplicou tarifas de 145% sobre produtos chineses, enquanto Xi Jinping respondeu com 125% sobre produtos americanos. Após meses de conflito, as tarifas foram temporariamente reduzidas para 30% para a China e 10% para os EUA, com a trégua válida até 12 de novembro.
Com sinais de moderação, os mercados têm reagido com otimismo à possibilidade de um acordo comercial entre os dois países.
Além disso, os Estados Unidos também estão abertos a negociações com o Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se encontraram recentemente na Casa Branca.
O governo dos EUA divulgou um comunicado positivo sobre o encontro, indicando um cronograma de trabalho conjunto e alinhamento entre as partes.
O mercado internacional permanece atento às próximas divulgações econômicas importantes. Na sexta-feira, o Departamento do Comércio dos EUA deve publicar os dados oficiais de inflação de setembro, o primeiro relatório desde que ocorreu o shutdown do governo federal.
Na próxima semana, o Federal Reserve se reunirá para decidir sobre a taxa de juros. Na última reunião, os dirigentes reduziram a taxa em 0,25 ponto percentual, a primeira redução desde dezembro do ano passado, fixando a taxa entre 4% e 4,25%.
A decisão foi baseada na análise de que o risco de desaceleração do mercado de trabalho devido à política monetária restritiva era maior do que a chance de aumento da inflação.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, há 99% de probabilidade de um novo corte de 0,25 ponto na reunião próxima.