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segunda-feira, 22/12/2025

Dólar sobe e bolsa cai com olhos na agenda da semana

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar aumentou seu valor nesta segunda-feira (22), em um dia com menos negociações por causa da proximidade do Natal e do recesso de fim de ano.

Os investidores estão atentos à agenda da semana, que deve trazer novas indicações sobre as futuras decisões de juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) e do BC (Banco Central) do Brasil.

Às 13h31, o dólar subiu 0,81%, chegando a R$ 5,575. Ao mesmo tempo, a Bolsa caiu 0,17%, ficando em 158.198 pontos.

Esta semana, que é mais curta por conta do Natal, começou sem eventos fortes que possam influenciar o mercado brasileiro. O Congresso Nacional encerrou suas atividades na sexta-feira, aprovando o Orçamento Federal para 2026.

O orçamento prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões para o próximo ano, um pouco acima da meta fiscal de R$ 34,3 bilhões, equivalente a 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Esta meta tem uma margem de tolerância de 0,25% do PIB, significando que o resultado fiscal pode variar entre déficit zero e superávit de R$ 68,5 bilhões no ano que vem.

Além disso, os agentes do mercado analisam o Boletim Focus desta semana, que indica uma projeção de alta da taxa Selic para 12,25% em 2025, sugerindo cautela quanto à postura do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC após a ata da reunião recente.

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, comentou: “A curva de juros no Brasil está subindo de forma quase uniforme hoje, o que não favorece o mercado de ações. Esta é uma semana com liquidez reduzida, como esperado.”

No último encontro de dezembro, o Copom manteve a taxa Selic em 15% ao ano, a maior em quase 20 anos, e considerou adequada essa manutenção para assegurar a convergência da inflação à meta estabelecida.

O objetivo do BC é manter o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O Focus indica que a mediana das projeções para a inflação em 2025 é de 4,33%, dentro do limite estipulado pela meta.

Na terça-feira será divulgado o IPCA-15 de dezembro, que serve como uma prévia da inflação do mês e será cuidadosamente observado pelos investidores em busca de sinais para as próximas decisões do Copom.

O Copom não descartou um possível corte da Selic em janeiro, mas também não garantiu a manutenção dos juros no atual nível. Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, a decisão dependerá da análise dos dados econômicos à medida que forem divulgados.

Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX, comentou: “Apesar de o Copom não ter fechado as portas para uma redução antecipada da Selic, a maioria aposta que o corte ocorrerá em março.”

No mercado de câmbio, um maior diferencial de juros entre EUA e Brasil favorece o real. Os investidores utilizam a estratégia de carry trade, que consiste em tomar empréstimos a juros baixos, como nos EUA, para investir em mercados com juros mais altos, como o brasileiro. Isso resulta na compra de reais, que valoriza a moeda local e desvaloriza o dólar.

Nos últimos meses, o diferencial de juros aumentou devido aos cortes sucessivos de 0,25 ponto percentual das taxas pelo Fed em três reuniões consecutivas. Porém, a próxima decisão do Fed está indefinida, e o presidente Jerome Powell afirmou que os juros estão “bem posicionados” para responder às condições econômicas, com decisões que serão tomadas “reunião a reunião” conforme os dados forem surgindo.

Assim, os operadores seguem atentos às divulgações econômicas e pronunciamentos de autoridades do banco central. Entre as expectativas para a semana está a divulgação do PIB do terceiro trimestre, na terça-feira, com previsão de crescimento anual de 3,2%, segundo o Bradesco. Também será divulgado o índice PCE, uma métrica preferida do Fed para medir a inflação. Na próxima semana, deve sair a ata da reunião do Fed, que detalhará as decisões tomadas pelo comitê.

A expectativa é que o Fed mantenha os juros entre 3,5% e 3,75% em janeiro: a ferramenta FedWatch aponta que 80% dos operadores apostam nesta manutenção, enquanto 20% esperam um corte de 0,25 ponto percentual.

O clima no mercado é de espera e cautela. No câmbio, Leonel Mattos, da StoneX, destaca que “o cenário eleitoral e as remessas de fim de ano estão limitando a valorização do real neste final de ano”.

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