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quinta-feira, 25/09/2025

Dólar sobe e Bolsa cai com emprego forte nos EUA

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FOLHAPRESS

O dólar teve uma leve alta nesta quinta-feira (25), enquanto investidores analisavam dados de emprego nos Estados Unidos que foram melhores do que o esperado, além de novas previsões econômicas divulgadas pelo Banco Central (BC) do Brasil.

O indicador de inflação IPCA-15 referente a setembro também influenciou as movimentações do mercado.

Por volta das 13h21, o dólar subia 0,41%, chegando a R$ 5,348. A Bolsa de Valores, por sua vez, registrava queda de 0,1%, ficando em 146.335 pontos.

Nos EUA, o número de novos pedidos de auxílio-desemprego diminuiu na semana passada, caindo em 14 mil, para 218 mil, abaixo da expectativa de 235 mil prevista por economistas.

Embora as empresas estejam mantendo seus funcionários, elas estão cautelosas em contratar mais por causa das incertezas geradas pela política comercial protecionista do governo do presidente Donald Trump.

Essa fraqueza na criação de novos empregos afetou a resistência do mercado de trabalho, principal motivo para o corte de juros de 0,25 ponto percentual feito pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, na semana passada.

A restrição à imigração também reduziu a oferta de trabalhadores, o que dificultou o crescimento do emprego.

Mesmo assim, a manutenção de empregos acima das expectativas justifica a postura cautelosa do Fed, reforçada pelo presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, em um discurso recente.

Segundo ele, o Fed enfrenta um dilema: deve priorizar o combate à inflação ou a proteção dos empregos.

“Se a taxa de juros for reduzida muito rapidamente, corre-se o risco de não finalizar o controle da inflação e ter que voltar atrás”, disse Powell. “Por outro lado, manter juros altos por muito tempo pode enfraquecer desnecessariamente o mercado de trabalho.”

“Os riscos para a inflação tendem a subir, enquanto os riscos para o emprego tendem a cair — uma situação difícil de equilibrar”, completou o presidente do Fed.

Além disso, o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3,8% ao ano no segundo trimestre, revisão para cima em relação à estimativa anterior de 3,3%.

Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, comentou que esses dados indicam que o Fed tem pouco espaço para novos cortes de juros e que a economia americana está desacelerando de forma lenta e gradual.

Essa expectativa reduzida de cortes nos juros favoreceu o fortalecimento do dólar no mercado internacional. No índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras seis moedas, o dólar subiu 0,48%, alcançando 98,35 pontos.

Até esta semana, o mercado acreditava, segundo a estrategista-chefe da Nomad, Paula Zogbi, que o Fed faria três cortes de juros em breve — dois ainda este ano e outro em 2026 — o que havia impulsionado vários ativos.

“Com juros mais baixos nos EUA, investidores deixavam o dólar e buscavam outras opções de investimento com mais risco”, explicou Paula.

Com os dados recentes, os investidores voltaram a apostar no dólar e nos títulos públicos americanos (treasuries).

No Brasil, o dólar reverteu a baixa que havia na abertura do mercado, deixando de lado as notícias divulgadas mais cedo.

O Banco Central anunciou em seu Relatório de Política Monetária que reduziu a previsão de crescimento do PIB para 2025 de 2,1% para 2,0%, e estimou que a economia brasileira crescerá 1,5% em 2026. Essa redução se deve aos efeitos incertos do aumento das tarifas dos EUA e sinais de desaceleração da atividade econômica no terceiro trimestre.

Leonel Mattos avalia que o BC mantém um tom firme, destacando que as expectativas de inflação no Brasil continuam muito altas e a dinâmica inflacionária permanece aquecida, o que impede cortes na taxa de juros.

O IBGE informou que o IPCA-15 subiu 0,48% em setembro, resultado ligeiramente menor que a estimativa de 0,51% dos economistas pesquisados pela Reuters.

Leonel Mattos ressalta que essa moderação pontual na inflação pode ajudar nas apostas por cortes na taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, mas alerta que o BC quer ver uma tendência consolidada por vários meses antes de considerar mudanças na política de juros.

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