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quinta-feira, 18/12/2025

dólar sobe com previsões do Banco Central e eleições no foco

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CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS)

O dólar iniciou o dia em alta depois de uma forte valorização no dia anterior. Isso aconteceu após o Banco Central divulgar novas estimativas para a economia e a inflação. No mercado internacional, o dólar mantém ganhos frente a outras moedas fortes.

Os investidores também estão atentos às eleições no Brasil e aos dados de inflação que serão divulgados nos Estados Unidos. Por volta das 9h53, o dólar à vista estava cotado a R$ 5,544, alta de 0,39%.

No fechamento da quarta-feira (17), o dólar valorizou-se 1,05%, chegando a R$ 5,521, enquanto a Bolsa de Valores caiu 0,78%, atingindo 157.327 pontos.

Segundo o Banco Central, a economia brasileira deve crescer mais do que o previsto: 2,3% neste ano (antes estimado em 2%) e 1,6% no próximo (antes 1,5%). A inflação, por sua vez, deve alcançar o centro da meta de 3% apenas no primeiro trimestre de 2028, permanecendo acima do alvo durante 2027.

O relatório do Banco Central indica que a inflação estará em 3,2% no terceiro trimestre de 2027, um período importante para as decisões sobre a taxa Selic no início de 2026.

Além disso, uma pesquisa Bloomberg/AtlasIntel mostra uma disputa acirrada, em segundo turno, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 49%, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 45%.

Nos Estados Unidos, os dados de inflação que serão divulgados hoje também são observados pelos analistas.

A movimentação do mercado na véspera foi influenciada por incertezas políticas no Brasil. A preocupação com ativos brasileiros aumentou por causa da votação do PL da Dosimetria no Senado e das pesquisas eleitorais recentes.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o projeto de lei que reduz as penas para atos golpistas, beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O novo projeto pode reduzir seu tempo de prisão para entre 2 anos e 4 meses até 4 anos e 2 meses, dependendo da interpretação, enquanto a pena atual é de 27 anos e 3 meses. Se as regras atuais fossem mantidas, ele cumpriria entre 6 anos e 10 meses a pouco mais de 8 anos em regime fechado.

A pesquisa Genial/Quaest mostrou Lula na liderança das intenções de voto para 2026, com Tarcísio ficando atrás do senador Flávio Bolsonaro nas simulações.

Investidores veem Tarcísio como um candidato mais alinhado à economia pró-mercado e mais competitivo que Flávio. Após o anúncio da pré-candidatura de Flávio em 5 de dezembro, o dólar subiu para R$ 5,43 e a bolsa caiu 4%.

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, explica que o mercado percebeu os resultados da Quaest como preferência por Lula. Isso gerou insegurança, pois diminui a chance de alternância política, o que piorou o humor dos investidores.

Uma vitória de Tarcísio poderia impulsionar a bolsa e enfraquecer o dólar, cenário pelo qual os investidores vinham apostando, chamado de “Tarcísio Trade”.

Tarcísio é visto como mais cauteloso com gastos públicos, o que daria mais previsibilidade à economia. Gastos maiores poderiam manter a taxa Selic alta, prejudicando o controle da inflação.

Rubens Cittadin Neto, especialista em renda variável da Manchester Investimentos, afirma que o mercado não é político, mas precifica juros e riscos financeiros. A taxa Selic atual de 15% está alta por causa de um governo fiscal mais expansivo, e o mercado espera que a oposição seja mais austera.

Quando a oposição se divide e enfraquece o lado fiscalmente austero, o mercado reage mal.

As incertezas eleitorais devem persistir até o próximo ano, com mais definição apenas a partir de abril, quando os candidatos oficializarem suas candidaturas.

Alison Correia, analista da Dom Investimentos, observa que essa alta recente na bolsa (quase 35% no ano) faz com que os investidores busquem realizar lucros frente às incertezas típicas desta época do ano.

A antecipação das remessas de dividendos ao exterior também preocupa, pois as mudanças no Imposto de Renda que entram em vigor em 2026 incentivaram empresas a distribuir lucros antecipadamente para garantir isenção fiscal.

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, explica que essa antecipação aumenta o volume de dólares saindo do Brasil.

No cenário internacional, os dados recentes de desemprego nos EUA indicam manutenção da taxa de juros nos próximos encontros, o que afeta mercados como o brasileiro. O Brasil deve manter a taxa Selic em 15%, e os EUA não devem cortar os juros por agora.

Hoje, serão divulgados dados de inflação nos EUA que devem influenciar as expectativas sobre a política monetária americana, com 77,9% de chance de manutenção das taxas atuais e 22,1% de possibilidade de um corte de 0,25 ponto.

Decisões sobre juros na Inglaterra e União Europeia também estão aguardadas para hoje, mantendo o mercado internacional em compasso de espera.

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