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quarta-feira, 22/10/2025

dólar sobe com negociações entre eua e china e preocupações fiscais; bolsa recua

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar fechou esta terça-feira (21) com alta de 0,36%, cotado a R$ 5,389. O movimento veio em meio à atenção dos investidores às medidas de compensação pela queda da MP dos impostos, apresentadas ao Congresso.

No cenário internacional, o dólar seguiu a tendência de valorização, com o índice DXY subindo 0,38%. A cautela em relação às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China impactou também a Bolsa brasileira, que caiu 0,29%, fechando aos 144.085 pontos.

Em Brasília, o governo federal continua buscando alternativas para o Orçamento, após o Congresso derrubar a Medida Provisória 1.303, que previa taxação sobre investimentos financeiros.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, informou que a Casa Civil e o Ministério da Fazenda finalizaram uma proposta orçamentária para apresentar ao Congresso como compensação. Segundo ele, os projetos de lei devem ser enviados ainda nesta terça-feira.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por dividir as medidas de compensação em pelo menos dois projetos para facilitar a aprovação, separando propostas menos controversas das que enfrentam maior resistência no Parlamento.

Um desses projetos incluirá medidas para conter gastos, como alterações no seguro-defeso pago aos pescadores, no sistema online para auxílio-doença e no programa Pé-de-Meia na educação. As medidas podem gerar impacto fiscal de cerca de R$ 15 bilhões, além de aumentar a arrecadação em R$ 10 bilhões com regras mais rígidas sobre créditos tributários.

O outro projeto deve envolver aumento da taxação sobre apostas esportivas e tributação de títulos hoje isentos, como os do agronegócio e do setor imobiliário, com potencial para arrecadar R$ 4,3 bilhões em 2026.

No âmbito internacional, a atenção dos investidores segue voltada para as conversas entre China e EUA. Nesta terça, o ex-presidente Donald Trump manifestou esperança de conseguir um acordo com o líder chinês Xi Jinping durante o fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul, programado para o final do mês, embora tenha admitido a possibilidade de o encontro não ocorrer.

Trump anunciou também sobretaxas de 100% sobre produtos chineses e novos controles sobre exportações de softwares críticos, que entrarão em vigor em 1º de novembro, antes do fim da trégua tarifária entre os países.

A China respondeu com novas medidas comerciais esta semana, reagindo à ampliação dos controles de exportação dos chamados elementos de terras raras, essenciais para diversas indústrias, incluindo a automotiva e de defesa.

O aumento das tensões entre os EUA e a China reacende temores de uma guerra comercial de grande escala como a ocorrida no início do ano.

Além disso, os Estados Unidos buscam estreitar relações com o Brasil, com negociações para um encontro entre Lula e Trump que pode ocorrer no domingo (26) durante a cúpula da ASEAN, na Malásia.

Para a semana, o mercado espera os dados de inflação dos EUA referentes a setembro, divulgados na sexta-feira, que serão o primeiro indicador oficial após o governo federal americano entrar em shutdown.

O Federal Reserve deve se reunir nos dias 28 e 29 para decidir sobre a taxa de juros. Na última reunião, o banco central americano cortou a taxa em 0,25 ponto percentual, a primeira redução desde dezembro passado, situando-a na faixa de 4% a 4,25%.

A decisão foi baseada na preocupação de uma desaceleração do mercado de trabalho ser mais prejudicial do que uma retomada da inflação.

De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, há 99% de chance de outro corte de 0,25 ponto na próxima reunião do Fed.

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