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quarta-feira, 22/10/2025

Dólar sobe com dúvidas comerciais, mas fica abaixo de R$5,40

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Após quatro dias seguidos de queda, o dólar teve alta nesta terça-feira, 21, acompanhando o comportamento da moeda nos mercados internacionais. Os investidores estão cautelosos diante das dúvidas sobre as negociações entre China e Estados Unidos, além da continuidade da paralisação do governo norte-americano.

Pela manhã, a cotação do dólar chegou a atingir R$ 5,40, mas desacelerou durante a tarde, com ajustes e venda de lucros rápidos. A moeda fechou o dia valendo R$ 5,3906, alta de 0,37%. Em outubro, o dólar já subiu 1,27% e, no ano, recua 12,78% frente ao real, que tem o melhor desempenho entre as moedas da América Latina.

Em evento na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou declarações contraditórias sobre sua reunião com o presidente da China, Xi Jinping. Após dizer que se encontraria com o líder chinês em duas semanas na Coreia do Sul, ele voltou atrás e não garantiu que o encontro acontecerá. “Nos daremos bem nas negociações com a China”, afirmou Trump, e acrescentou que as tarifas são uma questão de segurança nacional.

O economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, aponta que não há um motivo específico para a alta do dólar, mas o ambiente global está cada vez mais incerto e volátil. Qualquer problema envolvendo a China tende a prejudicar moedas da América Latina, como aconteceu quando Trump ameaçou impostos adicionais sobre produtos chineses.

“O real está se saindo bem hoje, por causa da diferença dos juros internos e externos. O cenário fiscal no Brasil é ruim, mas o câmbio está mais afetado pela situação global”, disse Lima.

À tarde, autoridades brasileiras, inclusive o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentaram sobre projetos enviados ao Congresso que visam compensar a perda de arrecadação com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Os projetos incluem revisão de gastos e aumento de receitas, com medidas como taxação de apostas e elevação da contribuição social para fintechs.

Mercado Financeiro

O índice que mede o comportamento do dólar diante de outras moedas fortes subiu cerca de 0,40%, enquanto o iene japonês caiu mais de 0,80% pela eleição de uma primeira-ministra ultraconservadora.

O preço do ouro caiu mais de 5%, a maior queda em um único dia em 12 anos, levando investidores a vender parte dos metais e comprar dólar e títulos do Tesouro americano.

Adauto Lima comenta que a falta de dados econômicos dos EUA, causada pelo fechamento parcial do governo, torna difícil saber o real estado da economia americana. Espera-se que o Federal Reserve corte os juros básicos dos EUA em 25 pontos-base no final do mês, numa tentativa de estimular a economia.

Bolsa de Valores

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, oscilou durante o dia e fechou em leve queda, com movimentação financeira menor. Na semana, ainda tem alta, e no ano acumula quase 20% de crescimento.

Ações de alguns bancos e de empresas do setor de energia caíram, devido a cortes nos preços dos combustíveis e queda do petróleo. Entretanto, papéis do varejo tiveram desempenho positivo, impulsionados pela expectativa de melhora no consumo doméstico.

Especialistas comentam que o clima externo está mais otimista com possível acordo comercial entre EUA e China, apesar das incertezas ainda presenciais no cenário global.

Juros

Os juros futuros negociados na bolsa brasileira recuaram, ajudados pela queda dos títulos públicos americanos. O mercado teve baixa liquidez e agiu conforme as notícias externas.

O presidente Donald Trump voltou a declarar que o encontro com o presidente chinês pode não acontecer, mas reforçou ter boa relação com Xi Jinping e expectativa positiva para as negociações.

O estrategista da Daycoval Corretora, Paulo Henrique Oliveira, acredita que o mercado está mais otimista com a possibilidade de redução de tarifas entre os dois países, o que favorece o crescimento econômico global.

No Brasil, investidores acompanham notícias sobre medidas para compensar a perda de arrecadação devido à derrota da Medida Provisória que alterava o IOF. O ministro Fernando Haddad destacou a importância de buscar fontes de receita como a taxação das apostas para equilibrar as contas públicas.

A consultoria de orçamento do Senado rebaixou a estimativa do déficit do novo projeto de reforma do Imposto de Renda, o que alivia um pouco as preocupações fiscais no país.

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