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quinta-feira, 11/12/2025

Dólar sobe com cenário político agitado

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O valor do dólar subiu no Brasil nesta quarta-feira, influenciado pelas incertezas no cenário político, especialmente relacionadas à pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República. Apesar da queda da moeda americana no exterior após o corte dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), o dólar não conseguiu cair abaixo de R$ 5,45, terminando o dia em R$ 5,4686.

A aprovação rápida no Congresso do projeto de lei da Dosimetria não tem sido suficiente para tranquilizar o mercado, pois Flávio Bolsonaro continua na disputa eleitoral, mesmo após associar sua saída ao andamento do projeto de anistia a condenados por tentativa de golpe de estado.

Economistas afirmam que a alta do dólar não é apenas pelo anúncio da candidatura, mas pelas incertezas que a entrada de um novo nome na corrida presidencial gera. Investidores esperavam uma disputa mais direta entre Lula e um candidato de centro-direita, mas a candidatura de Flávio Bolsonaro altera esse cenário e traz mais dúvidas.

Analistas veem que a presença de Flávio Bolsonaro na disputa pode fragmentar a direita e favorecer a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que era visto como uma garantia de ajuste fiscal e estabilidade econômica, perde espaço no mercado com essa mudança.

Na dimensão cambial, os dados divulgados mostram que o fluxo de entrada de moeda estrangeira permanece positivo este mês, apesar da recente fraqueza do real, indicando cautela no mercado financeiro.

Nos Estados Unidos, o Fed anunciou nova redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 3,50% e 3,75%, destacando que a decisão não foi unânime. O presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que pode haver uma pausa nos cortes de juros, avaliando cuidadosamente os dados econômicos futuros.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, com atenção ao comunicado e às projeções de inflação para possíveis mudanças no início do próximo ano.

Bolsa de Valores

O índice Ibovespa mostrou variação limitada neste dia, mas após o anúncio do Fed e os comentários de Jerome Powell, atingiu o melhor momento, fechando com alta moderada. O setor financeiro e as ações de grandes empresas como Bradesco e Vale tiveram destaque positivo, enquanto algumas empresas enfrentaram queda. A troca de ações foi a menor desde a última sexta-feira, mas ainda dentro da média.

Segundo especialistas, o Fed mantém postura cautelosa, indicando que futuras decisões dependerão dos dados econômicos, e não de decisões pré-definidas. O dólar pode ter valorização maior no curto prazo, influenciado tanto pelo cenário externo quanto pelo ambiente político interno.

Taxas de Juros

Apesar da queda na taxa básica americana, os mercados de renda fixa demonstraram cautela devido à volatilidade eleitoral e às expectativas quanto à comunicação do Copom. O índice de inflação oficial (IPCA) de novembro ficou em linha com expectativas, reforçando a perspectiva de continuação da queda gradual da inflação.

Nos EUA, a decisão do Fed evidenciou divergências internas entre seus dirigentes, indicando incertezas sobre os próximos passos da política monetária. Projeções de crescimento econômico para os próximos anos foram revistas para cima, sugerindo que o ciclo de flexibilização monetária está próximo do fim.

Jerome Powell ressaltou que os riscos inflacionários permanecem elevados, e que a política monetária está em nível neutro, com decisões futuras baseadas nos dados econômicos até a próxima reunião do FOMC em janeiro.

Especialistas brasileiros avaliam que as chances de cortes de juros começam a crescer para o início de 2026, refletindo as expectativas de uma melhora gradual da economia e da inflação.

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