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sexta-feira, 26/12/2025

dólar sobe com atenção à eleição, mas fecha longe do pico; bolsa cai no fim

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Em Brasília

O dólar começou o dia forte, chegando perto de R$5,50, mas desacelerou e fechou em R$5,4359, alta de 0,28%. O câmbio reagiu principalmente às notícias sobre a candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à presidência da República e seu impacto na eleição de 2026.

O aumento do dólar pela manhã ocorreu após Flávio Bolsonaro afirmar ser “irreversível” sua candidatura, contrariando declarações anteriores sobre um possível acordo para sair da corrida eleitoral. Ele também destacou a vantagem de seu sobrenome Bolsonaro em relação ao possível candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

O especialista Daniel Teles, da Valor Investimentos, apontou que o mercado avalia que a candidatura de Flávio enfraquece a direita frente ao presidente Lula.

À tarde, a alta do dólar foi moderada, influenciada pela decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar o projeto da dosimetria, que reduz penas de condenados por atos golpistas. A aprovação pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e facilitar negociações para a desistência da candidatura de Flávio Bolsonaro.

Analistas acreditam que a saída de Flávio ajudaria a unificar a direita e fortalecer a candidatura de Tarcísio de Freitas, visto como um defensor do ajuste fiscal a partir de 2027, o que agradaria o mercado.

Flávio Bolsonaro mencionou que partidos do Centrão estão inseguros sobre sua competitividade, enquanto teria conversado com o ex-ministro Paulo Guedes para buscar apoio técnico para sua campanha.

Marcos Weigt, do Travelex Bank, comentou que a disputa política já está influenciando o câmbio, com pressão sazonal por remessas ao exterior, mas ressaltou que o mercado de curto prazo está estável.

No exterior, o índice DXY, que mede o dólar frente a moedas fortes, teve leve alta, enquanto o iene caiu após declaração do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, indicando ajuste gradual da taxa de juros. Moedas emergentes também perderam força com quedas no minério de ferro e no petróleo.

A expectativa positiva para o real vem da decisão da “Super Quarta”, com política monetária no Brasil e nos EUA, e a projeção de manutenção da taxa Selic em 15%. Nos EUA, o Federal Reserve deve anunciar novo corte na taxa básica, com atenção às projeções econômicas do chairman Jerome Powell.

Bolsa

Após recuperação modesta na segunda-feira, o Ibovespa oscilou no negativo durante o dia e fechou em leve baixa de 0,13%, aos 157.981,13 pontos, influenciado por protestos na Câmara que suspenderam sessão importante. A confirmação de votação rápida do projeto da dosimetria animou o mercado, mas protestos acabaram revertendo ganhos.

A atenção dos investidores está na candidatura de Flávio Bolsonaro, que aumentou a instabilidade política antes das eleições de 2026. O volume financeiro operou com menor intensidade, totalizando R$ 25 bilhões.

Rodrigo Moliterno, da Veedha Investimentos, afirmou que o mercado está nervoso e que a aprovação da dosimetria pode levar Flávio a desistir da candidatura, o que agrada o mercado.

Thiago Calestine, da Dom Investimentos, comentou que Flávio Bolsonaro não apresenta propostas claras para crescimento e atração de investimentos, diferente de Tarcísio de Freitas, que agrada o mercado.

Flávio Bolsonaro disse ter conversado com Paulo Guedes para fortalecer sua candidatura com apoio técnico.

Hugo Motta pautou o projeto de anistia para condenados por atos golpistas, chamado PL da Dosimetria, para votação urgente. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, indicou que a votação no Senado pode ocorrer na próxima semana, o que inicialmente animou o mercado, revertido depois pelo protesto na Câmara.

Rubens Cittadin Neto, da Manchester Investimentos, destacou que a candidatura de Flávio Bolsonaro reforça o medo da reeleição do governo atual, afetando positivamente ou negativamente o ajuste fiscal e os juros.

Roberto Simioni, da Blue3 Investimentos, ressaltou o risco fiscal como um dos principais obstáculos para queda dos juros devido à alta dívida pública e a volatilidade causada pela proximidade das eleições.

No mercado, ações como Petrobras mostraram resistência, enquanto Vale perdeu força no final do pregão. Houve destaque positivo para Pão de Açúcar, Usiminas e CSN, e queda nas ações da Magazine Luiza, Vamos e Cyrela.

Gabriel Mollo, da Daycoval Corretora, afirmou que o cenário político é volátil, porém o possível corte de juros nos EUA pode beneficiar a bolsa brasileira.

Taxas de juros

Os juros futuros na B3 apresentaram melhora no início da tarde com a pauta do projeto da Dosimetria, percebida como frágil para a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro. O quadro político instável tem ofuscado os fundamentos econômicos, que indicam possível queda dos juros.

Analistas consideram que Flávio não tem força para enfrentar Lula, que pode adotar política fiscal expansionista em um eventual segundo mandato. Já Tarcísio de Freitas está em uma situação de expectativa para a eleição.

As taxas dos contratos DI para 2027, 2029 e 2031 variaram levemente no pregão, refletindo o ambiente político e econômico incerto.

Laís Costa, da Empiricus Research, afirmou que a política é o principal fator movendo o mercado, com a direita dividida e especulações sobre a candidatura de Flávio Bolsonaro.

Marianna Costa, da Mirae Asset, ressaltou que o projeto da Dosimetria beneficiaria negociações envolvendo Flávio, mas o cenário permanece confuso, com Tarcísio em pausa.

No exterior, o mercado aguarda decisão do Federal Reserve, que deve cortar juros básicos, com dados mistos de empregos nos EUA aumentarem a incerteza.

O mercado brasileiro espera manutenção da taxa Selic em 15% pelo Comitê de Política Monetária, com cautela sobre início de cortes futuros.

Esses fatores influenciam diretamente a economia e o mercado financeiro do país, com impactos esperados até o pleito presidencial de 2026.

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