O dólar iniciou o dia praticamente estável nesta terça-feira (9), enquanto investidores ficam atentos à retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal por acusação de tentativa de golpe de Estado.
Pela manhã, a moeda americana variava pouco, cotada a R$ 5,4194, mantendo níveis próximos aos do dia anterior. A Bolsa caiu 0,59%, fechando abaixo dos 142 mil pontos após ter batido um recorde recente na sexta-feira.
Ativos ligados a commodities se valorizaram devido à alta dos preços do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, aponta que diversos fatores afetaram o desempenho dos ativos brasileiros, como acontecimentos políticos recentes e preocupações com medidas econômicas internacionais, incluindo exigências dos EUA a bancos sobre a aplicação da Lei Magnitsky.
Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, comenta que o mercado apresentou realização de lucro após uma forte alta na sexta-feira e que os resultados eleitorais na Argentina tiveram impacto moderado no humor do mercado brasileiro.
Apesar da queda recente da Bolsa, existe expectativa de que a tendência de alta continue, com as projeções indicando um avanço futuro dos índices.
A perspectiva positiva é reforçada por especialistas da Ágora Investimentos, que relacionam essa confiança à possibilidade de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, motivados por dados econômicos que sugerem uma desaceleração no mercado de trabalho americano.
Nesta semana, dados importantes sobre a inflação nos EUA devem influenciar as apostas para a decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros.
O julgamento do ex-presidente Bolsonaro no STF também está no radar dos investidores, com a retomada dos trabalhos presidida pelo ministro relator Alexandre de Moraes.
Dados recentes apontam que a criação de empregos nos EUA ficou abaixo do esperado, e a taxa de desemprego se manteve estável, o que contribui para a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Banco Central americano.
Leonel Mattos, analista da StoneX, destaca que o cenário econômico indica que a autoridade monetária dos EUA pode iniciar um ciclo de redução das taxas para evitar uma desaceleração maior na economia.
Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, acredita que esses cortes podem estimular investimentos e fortalecer tanto o mercado americano quanto o brasileiro.