Presidente da Câmara dos Estados Unidos diz que acordo sobre pacote pode sair nas até o fim desta terça-feira, 20
O dólar iniciou a semana em queda contra o real, acompanhando a desvalorização da moeda americana no mundo. O movimento desta segunda-feira, 19, reflete as expectativas de que o pacote de estímulo americano seja aprovado antes das eleições, marcadas para 3 de novembro. No mercado, investidores também repercutem dados econômicos da China. Às 12h02, o dólar comercial caía 0,78% e era vendido por 5,599 reais.
A volta do otimismo sobre o pacote se deve às recentes falas da presidente da Câmara americana, Nancy Pelosi. Em entrevista ao programa “This Week” da ABC, Pelosi afirmou na que pode chegar a um acordo com o secretário do Tesouro Steven Mnuchin em até 48 horas para que o para que o estímulo saia antes das eleições americanas.
“As falas passaram uma expectativa positivo sobre o acordo. Apesar de ainda haver divergências [entre democratas e republicanos], a possibilidade de o acordo sair deu uma animada nas bolsas e no ouro, que tende a se valorizar quando há uma injeção grande de capital, já que desvaloriza a moeda” , afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.
Além da esperança de novos estímulos, os dados econômicos da China também contribuem com o bom humor do mercado. Embora o PIB do terceiro trimestre tenha vindo pouco abaixo das expectativas (alta anual de 4,9% ante estimativa de 5,2%), os dados de setembro vieram fortes.
No mês, a produção industrial, que tem sido um dos principais pilares da recuperação chinesa, teve alta de 6,9% na comparação anual contra o alta esperada de 5,8%. As vendas do varejo chinês também vieram acima das estimativas, com crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando o segundo mês seguido de alta anual do indicador.
“Por mais que o PIB tenha ficado abaixo do esperado, não dá pra ver [os números] como negativos. A China é o único país que segue crescendo. Além disso, os dados de produção industrial e de vendas do varejo superaram as estimativas”, comenta Laatus.
No radar do mercado também está o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em reunião anual do Fundo Monetário Internacional, que ocorre agora pela manhã.
No Brasil, a questão fiscal segue no foco dos investidores. Neste fim de semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, negou a possibilidade de prorrogar o orçamento de guerra ou o estado de calamidade pública, o que tende a ser favorável para a sustentabilidade das contas públicas. “É uma sinalização positiva, mas vem com preocupação embutida. Apesar de [o ministro Paulo] Guedes e Maia serem contra a extensão do estado de calamidade, existe um lobby muito grande na base aliada do governo e entre a oposição.