O dólar iniciou o dia próximo da estabilidade nesta quinta-feira (11), após o Banco Central do Brasil manter a taxa Selic em 15% durante a última reunião do Copom do ano. A decisão não indicou claramente quando haverá o início do corte de juros no país.
Os investidores também consideram a ação do Fed (Banco Central dos EUA), que reduziu a taxa de juros pela terceira vez consecutiva, colocando-a entre 3,5% e 3,75%.
Às 9h04, o dólar subiu apenas 0,01%, cotado a R$ 5,4680. No dia anterior, a moeda americana fechou em alta de 0,51% a R$ 5,465, enquanto a Bolsa de Valores avançou 0,69%, atingindo 159.074 pontos.
Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que a política de juros está bem posicionada para lidar com o futuro da economia, mas não deu detalhes sobre os próximos passos do comitê. Em entrevista coletiva após a decisão, ele destacou que a taxa básica está dentro de uma faixa neutra e que o comitê tomará decisões conforme a evolução econômica.
João Duarte, sócio da One Investimentos, explicou que a declaração de Powell sinaliza que o ciclo de cortes de juros pode continuar, mas sem garantias imediatas.
Embora a maioria dos membros do Fed tenha votado a favor de um corte de 0,25 ponto percentual, houve discordâncias, com alguns defendendo cortes maiores e outros propondo manutenção das taxas.
Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, comentou que as divergências internas do Fed têm menos impacto no mercado, que espera um novo presidente mais alinhado com políticas de redução de juros para o próximo ano. O Fed também anunciou previsão de crescimento maior do PIB para 2026, inflação mais baixa e retomada da compra ilimitada de títulos do Tesouro.
Os índices de Wall Street reagiram positivamente, com o S&P500 subindo 0,8%, o Dow Jones 1,29% e a Nasdaq 0,5%. No âmbito global, o dólar caiu em relação a uma cesta de moedas fortes, refletida na queda do índice DXY em 0,58%, a 98,64 pontos.
No Brasil, o movimento do dólar se distanciou do exterior devido ao cenário político local. Recentemente, deputados aprovaram projeto que reduz as penas para condenados por tentativa de golpe de Estado ocorrida em janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A redução da pena pode alterar o cenário político para 2026, especialmente em relação à candidatura do senador Flávio Bolsonaro, abrindo caminho para o retorno do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como nome favorito.
O projeto ainda depende de aprovação no Senado e sanção presidencial, além de passar por avaliação do Supremo Tribunal Federal.
Thiago Pedroso, da Criteria, afirmou que o mercado está atento aos desdobramentos políticos, considerando o ambiente institucional tenso, onde qualquer nova informação pode impactar rapidamente os preços.
Por fim, a decisão do Copom foi divulgada após o fechamento do mercado, e seus efeitos devem ser sentidos ao longo do dia.

