23.5 C
Brasília
terça-feira, 04/11/2025




Dólar e Bolsa sobem com foco no Copom e mercado internacional

Brasília
nuvens quebradas
23.5 ° C
23.5 °
23.1 °
74 %
2.1kmh
75 %
qua
31 °
qui
30 °
sex
30 °
sáb
27 °
dom
20 °

Em Brasília

FOLHAPRESS

O dólar está subindo nesta terça-feira (4), pois os investidores buscam segurança na moeda americana devido às dúvidas sobre a situação econômica.

No Brasil, o destaque é o primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que vai decidir a taxa básica de juros e pode indicar quando começam os cortes.

No cenário internacional, a queda nas expectativas de cortes de juros pelo Fed tem pressionado o câmbio para cima. Comentários de líderes de grandes bancos sugerem uma possível queda no mercado de ações nos próximos meses.

Às 12h01, o dólar subia 0,48%, cotado a R$ 5,383. Ao mesmo tempo, a Bolsa de Valores avançava 0,15%, chegando a 150.683 pontos.

Ontem, o Ibovespa, principal índice da B3, alcançou 150 mil pontos pela primeira vez no ano, crescente 25%.

O comportamento do câmbio no Brasil reflete bastante o mercado global, com uma maior aversão ao risco. O índice DXY, que compara o dólar com outras seis moedas, subia 0,27%, chegando a 100,14 pontos.

Executivos do Capital Group, Morgan Stanley e Goldman Sachs comentaram que esperam uma possível venda expressiva no futuro, apesar de considerarem normais as quedas em ciclos de mercado.

Por aqui, os investidores observam a reunião do Copom para a definição dos juros brasileiros.

O Copom está reunido nesta terça e quarta-feira (5) para definir a taxa básica, atualmente em 15% ao ano. A previsão do mercado é que a taxa se mantenha até o final de 2025, conforme o Boletim Focus divulgado na segunda-feira.

Leonel Mattos, analista da StoneX, destaca que o mercado financeiro aguarda o comunicado da decisão para entender quais critérios o Banco Central usará para iniciar uma possível redução dos juros.

Na reunião anterior, o Copom ressaltou que manterá a Selic alta por um período longo para controlar a inflação próxima da meta de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O Boletim Focus projeta a taxa de juros em 12,25% para 2026, 10,5% para 2027 e 10% para 2028.

Gabriel Redivo, sócio da Aware Investments, comenta que o mercado espera um ciclo de cortes, animado também pelo Boletim Focus e acredita que a ata da reunião do Copom vai trazer mais clareza sobre o ritmo e a data para esses cortes.

No exterior, a atenção também está voltada para a política de juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA).

O Fed usa dados econômicos para decidir sobre a taxa de juros. Sem alguns dados oficiais, precisa recorrer a relatórios alternativos, embora saiba que isso dificulta ter uma visão completa da economia.

Na última reunião, o Fed reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, mantendo a taxa entre 3,75% e 4%.

Novos cortes não estão garantidos, declarou o presidente do Fed, Jerome Powell. Segundo ele, houve opiniões divergentes sobre a decisão em dezembro.

O Fed também reconhece que a paralisação do governo dificultou o acompanhamento da economia e Powell aconselhou cautela, comparando a situação a dirigir na neblina, recomendando diminuir a velocidade.

Leonel Mattos afirma que, devido a isso, os investidores estão menos confiantes em cortes de juros em dezembro, o que tem valorizado o dólar globalmente, atraindo investidores estrangeiros para os títulos americanos.

João Soares, da Rio Negro Investimentos, concorda que o mercado espera cortes menores, mantendo a taxa americana competitiva.

Segundo a ferramenta FedWatch, há 71% de chance de corte de 0,25 ponto na reunião de 10 de dezembro.

Cortes nos juros dos EUA geralmente são positivos para os mercados mundiais. Como a economia americana é considerada sólida, os títulos do Tesouro são investimentos seguros.

Quando os juros estão altos, os investidores tiram dinheiro de outros mercados para investir nos títulos americanos. Quando os juros caem, os investidores buscam diversificar seus investimentos.

No Brasil, o diferencial de juros também atrai investidores. Quando os juros EUA caem e a Selic está alta, investidores aproveitam essa diferença para investir no Brasil através da estratégia chamada ‘carry trade’.

Esta estratégia consiste em pegar dinheiro emprestado a juros baixos, como nos EUA, para aplicar em mercados com juros mais altos, como o brasileiro, o que implica na compra de reais e na desvalorização do dólar.




Veja Também