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segunda-feira, 06/10/2025

Dólar e Bolsa caem com atenção a falas de Galípolo e ligação Lula-Trump

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O dólar está em queda nesta segunda-feira (6), influenciado pelas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante um evento da Fundação Fernando Henrique Cardoso.

A paralisação do governo dos Estados Unidos mantém o mercado cauteloso, além de chamar atenção a recente conversa entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

Às 12h16, o dólar caiu 0,29%, cotado a R$ 5,320, em sentido contrário ao comportamento observado no mercado internacional. No exterior, a renúncia do primeiro-ministro da França e a possível eleição de um líder nacionalista no Japão têm afetado o cenário político, elevando a percepção de risco e valorizando a dívida norte-americana frente a outras economias sólidas.

A Bolsa de Valores recuou 0,35%, atingindo 143.693 pontos.

No evento “O Brasil na visão das lideranças públicas”, Gabriel Galípolo explicou que a inflação dispersa vem diminuindo após atingir níveis elevados em abril. Contudo, esse alívio se concentra nos preços de bens, enquanto a inflação dos serviços permanece alta, acima da meta estabelecida pelo Banco Central.

Ele destacou que as expectativas de inflação indicam que o índice deve superar a meta de 3% até 2028, o que é uma preocupação para o Banco Central.

Segundo relatório divulgado hoje, especialistas consultados pelo Banco Central projetam que o IPCA fechara 2025 em 4,8% e 2026 em 4,28%. A meta oficial é 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Galípolo enfatizou que o Banco Central visa manter a taxa Selic em patamar elevado por tempo prolongado para conter a inflação.

Na última reunião do Copom, realizada em setembro, a Selic foi mantida em 15% ao ano pela segunda vez consecutiva. Agora, os dirigentes vão analisar os efeitos dessa taxa alta sobre a economia antes de realizar novos ajustes.

Juros altos favorecem a renda fixa brasileira, embora o índice Ibovespa tenha atingido recordes nominais em setembro graças à entrada de investidores estrangeiros, estimulada pelo corte de juros do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.

O futuro de novos cortes nos juros americanos depende da situação da economia dos EUA. A paralisação do governo americano tem dificultado a divulgação de dados econômicos importantes, como o relatório mensal de emprego, que foi adiado indefinidamente.

Sem esses dados oficiais, investidores têm buscado informações em discursos e documentos publicados pelas autoridades. Na quarta-feira, a ata da última reunião do Fed será divulgada, o que pode trazer indicações sobre a política monetária futura.

Para a semana, a expectativa está em indicadores como a inflação estimada pelo Fed de Nova York, a ata do Fed e o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan. Vários dirigentes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, farão discursos que podem influenciar as apostas do mercado.

O mercado também está atento à conversa entre Lula e Trump, considerada “positiva” pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou da reunião.

Haddad informou que um comunicado oficial será divulgado em breve com detalhes do encontro.

No mês anterior, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, Trump comentou que sentiu uma boa sintonia com Lula e que planejam uma nova reunião para aprofundar o diálogo.

Essa aproximação ocorre em um contexto de tensões crescentes entre Brasil e Estados Unidos, que incluíram tarifas comerciais elevadas, sanções a autoridades brasileiras e revogação de vistos, principalmente ligados a questões políticas.

Especialistas afirmam que o resultado dessa ligação entre os presidentes pode influenciar a relação comercial com os EUA, afetando o câmbio e investimentos em ações brasileiras negociadas no exterior.

Além disso, o projeto que prevê isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais segue em análise no Senado e tem gerado expectativas positivas entre investidores, apesar de preocupações fiscais que surgiram no passado.

Rumores sobre possíveis ampliações de benefícios sociais, como a tarifa zero em transporte coletivo, têm causado apreensão, pois podem aumentar os gastos públicos em ano eleitoral, elevando riscos para os ativos brasileiros.

Analistas destacam que a questão fiscal permanece sensível e qualquer sinal de aumento de despesas pode impactar a confiança dos investidores.

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