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sábado, 27/12/2025

Dólar cai um pouco e fecha abaixo de R$ 5,40

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O dólar terminou o dia com uma leve queda, fechando abaixo de R$ 5,40. O mercado apresentou ajustes e uma certa tranquilidade após uma alta próxima a 2% na semana anterior, especialmente na sexta-feira.

Apesar da prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o fim de semana, isso não teve grande impacto no mercado. O foco continua nas expectativas de cortes nas taxas de juros nos EUA em dezembro, motivados por declarações mais conciliadoras de membros do Federal Reserve recentemente.

O dólar atingiu uma mínima de R$ 5,3792 durante o dia e fechou em R$ 5,3950, uma queda de 0,12%. Embora tenha subido 0,27% em novembro, ele acumula perda de 12,71% no ano.

Alexandre Viotto, chefe de banking da EQI Investimentos, explicou que a alta da moeda americana acima de R$ 5,40 na sexta decorreu da valorização do dólar no exterior na véspera, após dados econômicos dos EUA terem apresentado resultados mistos. Naquela sexta-feira, não houve negociação no mercado local devido ao feriado do Dia da Consciência Negra.

Viotto destacou que o mercado está em compasso de espera pelos próximos indicadores econômicos americanos, e parte dos investidores acredita que o Federal Reserve aguardará janeiro para iniciar cortes nos juros.

Investidores aguardam índices importantes dos EUA represados durante o maior shutdown da história americana, que durou 43 dias. Na terça-feira, serão divulgados os dados do índice de Preços ao Produtor (PPI) e das vendas no varejo de setembro.

Um diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, recomendou um corte de juros em dezembro devido a preocupações com o mercado de trabalho. Ele também afirmou que teve uma reunião positiva com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

No mercado externo, o dólar permaneceu estável frente a um grupo de seis moedas fortes, com destaque para a queda do iene. Autoridades japonesas indicaram possível intervenção no mercado cambial.

Investidores também avaliam os efeitos do pacote fiscal lançado pela primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que impactam a atividade econômica e a inflação. Uma valorização do iene seria improvável por ora, mas poderia afetar operações de câmbio envolvendo moedas latino-americanas.

Além dos indicadores americanos e do desempenho do iene, o mercado brasileiro está atento aos possíveis efeitos do chamado “pauta-bomba” no Senado, referente a um projeto sobre aposentadoria de Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias, aprovado recentemente pela Câmara.

Viotto mencionou também que remessas de dinheiro para o exterior estão dentro do esperado para esta época do ano, sem sinais de retiradas massivas como em 2025. Ele prevê o dólar em torno de R$ 5,50 no fim do ano devido à sazonalidade.

O Banco Central realizou um leilão de US$ 2 bilhões para rolar contratos até janeiro de 2026, com a intenção de manter liquidez no mercado de câmbio até o fim do ano, inclusive com possíveis novas operações.

Bolsa

O Ibovespa iniciou a semana em alta, rompendo uma sequência de quatro quedas consecutivas, mas ainda abaixo dos níveis observados na bolsa de Nova York. O índice oscilou entre 154.529,17 e 155.832,28 pontos, fechando em 155.277,56 pontos, com alta de 0,33% e volume negociado de R$ 27,5 bilhões.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, comentou que o mercado começa a semana de forma tranquila, com a liquidez reduzida por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA e aguardando dados importantes, como o PPI, que podem influenciar decisões do Federal Reserve.

Na B3, as ações de grandes empresas tiveram variações pequenas, com destaque positivo para MRV, Assaí e Vamos, e negativas para CSN Mineração, CVC e Azzas. O desempenho foi influenciado pela estabilização da curva de juros e pelas incertezas políticas locais, especialmente em relação à “pauta-bomba” no Senado.

Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, ressaltou que a prisão de Bolsonaro já era esperada e não afetou o mercado, mas alertou para possíveis impactos políticos futuros.

Gabriel Mollo, analista da Daycoval Corretora, comentou que o mercado está cauteloso, o que limitou o avanço do Ibovespa.

Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, afirmou que a semana começou morna, com o dólar recuando um pouco e ajustes na curva de juros baseados nos discursos do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reforçou compromisso com controle da inflação e descartou cortes na Selic este ano.

Alison Correia, analista da Dom Investimentos, destacou que a inflação desacelera devagar, sustentando a Selic em 15%, e que o consumo de fim de ano e Black Friday podem aumentar a pressão sobre os preços.

Juros

Os juros futuros fecharam em forte queda em toda a curva, renovando mínimas do dia durante o discurso de Gabriel Galípolo. O mercado avaliou que o discurso não foi mais conciliador do que o esperado, mas o otimismo global com possível corte dos juros nos EUA em dezembro impulsionou a queda.

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para 2027, 2029 e 2031 apresentaram recuos em suas taxas. No mercado americano, os rendimentos dos títulos públicos também caíram.

Christopher Waller defendeu afrouxamento monetário na próxima reunião do Fed, reforçando a expectativa de corte de juros.

Laís Costa, analista da Empiricus Research, afirmou que a influência externa foi predominante, já que não houve dados domésticos relevantes no dia.

Durante evento da Febraban, Gabriel Galípolo reforçou a atuação técnica do Banco Central, evitando reações a notícias externas, e destacou o compromisso com a meta de inflação de 3%.

Flávio Serrano, economista-chefe do banco BMG, avaliou que a fala de Galípolo foi um gatilho para a queda dos juros, mas sem novidades significativas.

Laís Costa explicou que o mercado está muito atento a qualquer sinal que indique início do ciclo de cortes na Selic, e que a liquidez menor também contribuiu para os movimentos.

O boletim Focus de hoje trouxe redução nas projeções para a taxa Selic em 2026 e 2028, e a manutenção das expectativas para 2025 e 2027. A estimativa para a inflação também foi ligeiramente ajustada.

A arrecadação federal de outubro ficou abaixo da mediana das expectativas, e o relatório bimestral de receitas e despesas não trouxe novidades relevantes.

Estadão Conteúdo

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