O dólar começou o dia com uma leve queda nesta quarta-feira, enquanto os investidores avaliam o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, feito na terça-feira, que falou sobre os próximos passos na política econômica dos Estados Unidos.
Por volta das 9h08, o dólar estava 0,17% menor, valendo R$ 5,4615. Na véspera, a moeda americana havia subido 0,19%, fechando em R$ 5,470, enquanto a Bolsa teve uma leve queda de 0,07%, chegando a 141.682 pontos.
O mercado também reagiu às novas tensões entre Estados Unidos e China. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, acusou a China de tentar prejudicar a economia global ao limitar as exportações de minerais essenciais, como as terras raras.
“Essa é uma demonstração de quão fraca está a economia chinesa, e eles querem derrubar os outros junto com eles”, disse. “Talvez haja um tipo de estratégia comunista onde prejudicar seus próprios consumidores seja visto como uma boa ideia, mas como eles são o maior fornecedor mundial, essa atitude pode sair cara para eles.”
Recentemente, o governo chinês, liderado por Xi Jinping, anunciou medidas para controlar as exportações de produtos que contêm terras raras, que são vitais para setores como automóveis e defesa. Com essas regras, empresas estrangeiras precisarão da permissão da China para exportar produtos com pequenas quantidades desses minerais.
O presidente dos EUA, Donald Trump, respondeu anunciando tarifas extras de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro, citando uma postura agressiva da China nas exportações. O Ministério do Comércio da China respondeu dizendo que está aberto ao diálogo, mas está preparado para continuar a disputa se os EUA não desistirem das tarifas extras.
Este cenário reacende o risco de uma guerra comercial, parecida com a do início do ano, quando os EUA e China impuseram tarifas altas entre si. Atualmente, as tarifas estão mais baixas, na faixa de 30% para produtos chineses e 10% para produtos americanos.
Além disso, os investidores analisaram as palavras de Jerome Powell, que confirmou a possibilidade de um novo corte nas taxas de juros na próxima reunião do Fed. Ele comentou que os dados sobre emprego e inflação mudaram pouco desde a última reunião e que o mercado de trabalho mostra sinais de fraqueza.
“Os dados indicam que tanto demissões quanto contratações continuam baixas, e que as percepções sobre a disponibilidade de vagas e dificuldade de contratação estão em queda”, afirmou Powell.
No último encontro, o Fed cortou os juros em 0,25 ponto percentual, mas desde então, o governo dos EUA está em uma paralisação que atrasa a divulgação de dados importantes, como o relatório de emprego e o índice de preços ao consumidor.
Sem esses dados, o Fed está monitorando outras informações para entender a situação econômica, mas a falta de dados pode complicar a avaliação da economia.
Já no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma audiência no Senado, onde falou sobre uma proposta de taxação que atinge bancos, empresas de apostas e bilionários, conhecida como tributação BBB. Ele comentou que há parlamentares dispostos a buscar alternativas para a rejeição recente dessa proposta na Câmara dos Deputados.
“Estamos aguardando o retorno do presidente Lula para discutir o tema, e já recebi sinais de vários parlamentares que querem corrigir essa situação”, disse o ministro.
Essa medida era vista pelo governo como importante para aumentar a arrecadação e controlar gastos em 2026, ano eleitoral. Com a rejeição da proposta, as metas fiscais do país ficam mais difíceis de cumprir.
