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sábado, 27/12/2025

Dólar cai um pouco após dados do PIB do Brasil

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O dólar começou o dia com uma pequena queda nesta quinta-feira (4), enquanto os investidores analisam o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, que cresceu 0,1% no terceiro trimestre.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a agropecuária cresceu 0,4%, a indústria subiu 0,8%, e o setor de serviços, que é o maior da economia, teve um leve aumento de 0,1% no mesmo período.

Os analistas financeiros esperavam um crescimento de 0,2%, segundo uma média das estimativas coletadas pela agência Bloomberg, que variavam entre -0,5% e 0,3%.

Na quarta-feira (3), o dólar caiu 0,29%, ficando a R$ 5,314, acompanhando a tendência internacional. A Bolsa de Valores do Brasil atingiu recordes históricos, fechando em alta de 0,41%, com 161.755 pontos, e durante o pregão chegou a 161.963 pontos.

Este foi o segundo dia consecutivo com recordes na Bolsa, e pela primeira vez o mercado acionário brasileiro ultrapassou os 160 mil pontos.

O movimento no mercado de ações refletiu o cenário econômico dos Estados Unidos, com investidores atentos a relatórios do setor privado que indicam uma possível redução na taxa de juros pelo Banco Central americano (Fed) na próxima semana.

Em novembro, o setor privado dos EUA fechou mais empregos do que abriu, contrariando as expectativas dos analistas. Foram fechados 32 mil postos, enquanto se esperava abertura de 10 mil.

João Soares, sócio-fundador da Rio Negro Investimentos, comentou que esses números são piores do que o esperado e podem indicar um enfraquecimento maior da economia americana. Segundo ele, esses dados influenciarão a decisão do Fed na reunião de 10 de dezembro.

Além disso, o atraso na divulgação oficial de dados do governo dos EUA, devido à recente paralisação, aumenta a importância de informações do setor privado para avaliar a economia.

Leonel Mattos, analista da StoneX, explicou que antes da decisão do Fed, não haverá dados oficiais de emprego e inflação, tornando os indicadores regionais e privados ainda mais relevantes.

A ferramenta FedWatch mostra que investidores consideram que há 88,8% de chance do Fed reduzir a taxa de juros para entre 3,50% e 3,75% em dezembro, atualmente em 3,75% a 4,00%.

Reduções nos juros nos EUA geralmente são boas notícias para os mercados globais. Como os títulos do Tesouro americano são considerados investimentos seguros, juros mais altos atraem investidores para esses títulos, e juros mais baixos incentivam a diversificação em outras aplicações.

Uma queda nos juros nos EUA, combinada com a manutenção das taxas no Brasil, fortalece a estratégia conhecida como “carry trade”, que consiste em captar dinheiro emprestado a juros baixos para investir em ativos que rendem mais, como a renda fixa brasileira.

Isso pode fazer com que mais dólares entrem no Brasil, valorizando o real.

No cenário doméstico, os investidores observaram as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas americanas contra o Brasil.

Lula afirmou estar otimista sobre a possibilidade de remoção das tarifas após conversar com Donald Trump. Segundo o presidente, apesar da notícia ruim quando as tarifas foram anunciadas, agora uma boa notícia pode estar próxima.

Ele destacou que os EUA já suspenderam parte dessas tarifas e que espera a retirada de outras.

Trump também declarou ter tido uma boa conversa com Lula, falando sobre negócios e sanções.

No final de julho, os EUA impuseram uma sobretaxa de 40% a produtos brasileiros, além de uma tarifa global de 10%. Contudo, cerca de 43% dos produtos exportados pelo Brasil foram isentos dessas tarifas, conforme levantamento da Folha.

Em 14 de novembro, algumas tarifas sobre exportações brasileiras como carne e café foram retiradas, assim como a sobretaxa de 40% aplicada desde abril foi reduzida para uma gama de produtos.

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