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quarta-feira, 20/08/2025

Dólar cai um pouco após alta forte

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar começou o dia com uma pequena baixa nesta quarta-feira (20), depois de ter subido bastante no dia anterior. Os investidores estão esperando novas informações sobre as tensões entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente sobre a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Uma declaração do ministro Flávio Dino, também do STF, fez as ações dos bancos caírem bastante na terça-feira (19), levando a Bolsa a registrar uma queda de 2,10% no dia.

Na manhã desta quarta, às 9h04, o dólar estava caindo 0,1%, cotado a R$ 5,4947. Na terça-feira, a moeda americana fechou em alta de 1,23%, cotada a R$ 5,500.

A queda nas ações dos bancos aconteceu depois que Flávio Dino indicou que poderia punir bancos brasileiros que aplicassem sanções financeiras contra Alexandre de Moraes. Na segunda-feira passada (18), em uma decisão sobre a barragem rompida em Mariana (MG), Flávio Dino mencionou a possibilidade do STF punir instituições financeiras que adotassem sanções contra o ministro.

Ele afirmou que ordens judiciais e executivas de governos estrangeiros só têm validade no Brasil se forem confirmadas pelo Supremo, numa tentativa de proteger Alexandre de Moraes das sanções da Lei Magnitsky.

A decisão de Flávio Dino foi controversa dentro do STF e dividiu opiniões. O relator da única ação sobre a aplicação da Lei Magnitsky, o ministro Cristiano Zanin, indicou que não tomaria decisões rápidas sem consultar bancos e outros envolvidos.

Essa situação gerou impactos fortes nas ações dos bancos no Ibovespa: as ações do BTG caíram 3,46%, do Bradesco 3,60%, do Itaú 3,28%, do Santander 2,82% e do Banco do Brasil 4,17%.

Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, diz que os bancos brasileiros estão inseguros entre seguir a Lei Magnitsky ou a decisão de Flávio Dino, com medo de sanções dos EUA. “O mercado está criando cenários, e um aumento da tensão pode fazer os bancos brasileiros perderem espaço no mercado internacional”.

Por isso, os investidores estão procurando segurança, recorrendo ao dólar e ao ouro, considerados ativos mais seguros, já que a valorização do dólar reflete essa busca por proteção.

Além disso, os investidores acompanham as tentativas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negociar a tarifa de 50% que os EUA impuseram sobre as importações brasileiras. Contudo, parece que o diálogo está difícil, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a negociação não avança porque os EUA querem uma solução impossível para a Constituição brasileira.

Fernando Haddad comentou ainda que para haver um canal de diálogo é necessário interesse dos dois lados, o que não parece existir atualmente.

Em resposta à investigação comercial dos EUA, o Brasil pediu formalmente para que a entidade americana volte atrás e evite prejudicar a relação entre os dois países, destacando a importância do sistema multilateral de comércio e das relações bilaterais, conforme documento assinado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

No cenário internacional, as atenções estão voltadas para as tentativas do presidente dos EUA, Donald Trump, para resolver a Guerra da Ucrânia. Ele reuniu-se recentemente com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodimir Zelenski.

Mesmo que tenham anunciado progressos, o mercado está cético quanto a um acordo real, como um cessar-fogo. Donald Trump declarou sua intenção de reunir Zelenski e Putin, mas também indicou que talvez Putin não queira um acordo para acabar com o conflito.

O presidente americano avisou que Putin terá problemas se continuar a guerra. Ele já aplicou sanções a países como Índia que compram petróleo russo e ameaçou fazer o mesmo com China e Brasil.

Investidores seguem atentos ao Federal Reserve (Fed) dos EUA, que terá um discurso importante em um simpósio em Jackson Hole na quinta-feira (21). Espera-se que o Fed sinalize possíveis cortes na taxa de juros em setembro, que podem impactar também a valorização do real.

Essa possível redução dos juros americanos pode beneficiar o real, já que a taxa Selic no Brasil está alta, o que mantém a atratividade do investimento no país.

Na última segunda-feira, economistas consultados pelo Banco Central mantiveram a previsão de Selic em 15% para o fim do ano.

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