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terça-feira, 16/09/2025

dólar cai pelo quinto dia seguido e fecha abaixo de r$ 5,30 antes da super quarta

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O dólar continuou sua queda pelo quinto dia consecutivo, encerrando a terça-feira, 16, com valor abaixo de R$ 5,30. Esta queda ocorre em um momento em que o dólar enfraquece globalmente, mesmo com dados positivos do varejo e da indústria nos Estados Unidos. Investidores acreditam que o Federal Reserve poderá reduzir a taxa básica de juros dos EUA até o fim do ano.

Enquanto o real teve um bom desempenho entre as moedas emergentes recentemente, ele registrou ganhos moderados nesta terça-feira, inferiores a outras moedas da América Latina, como o peso chileno e o peso mexicano. Entre as moedas dos países desenvolvidos, o euro valorizou-se, alcançando o nível mais alto em relação ao dólar em quatro anos.

O índice Dollar Index, que mede o valor do dólar em relação a seis moedas fortes, caiu mais de 0,60%, chegando a 96,556 pontos, a menor marca do ano. Em setembro, o índice recuou mais de 1,20% e no ano acumula queda de quase 11%.

No mercado interno, o dólar à vista fechou em queda de 0,44% a R$ 5,2981, fechando no menor valor desde junho de 2024. Nos últimos cinco pregões, o dólar caiu 2,54%, e no ano, a desvalorização chega a 14,27%.

Especialistas ouvidos consideram que, com a provável redução de juros nos EUA e a manutenção dos juros altos no Brasil, o dólar poderá cair ainda mais em território nacional. O aumento do diferencial de juros favorece operações financeiras que aproveitam essa diferença, tornando-as mais atrativas em um ambiente de baixa volatilidade.

Dados do mercado de trabalho brasileiro indicam que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode manter a taxa Selic alta até, pelo menos, janeiro de 2026 antes de iniciar cortes. Segundo dados do IBGE, a taxa de desemprego caiu para 5,6%, o menor índice desde o início da série histórica em 2012.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, acredita que o Copom deve manter a Selic em 15% por enquanto, pois o mercado de trabalho e a inflação de serviços ainda justificam essa decisão. Ele prevê cortes só a partir de janeiro.

O ambiente externo favorável, com o dólar global enfraquecido, estimula a valorização do real, atraindo fluxos financeiros para o Brasil. Apesar das tensões comerciais entre Brasil e EUA, economistas do mercado financeiro veem cenário positivo para o real.

Daniel Weeks, economista-chefe da Safra Asset, destaca que a expectativa de juros mais baixos nos EUA e o crescimento americano moderado mantêm o fluxo de capital para países emergentes via operações financeiras.

Carlos Viana, economista-chefe da Kapitalo Investimentos, destaca fatores estruturais e cíclicos que contribuem para a fraqueza global do dólar, prevendo uma queda na taxa básica americana para cerca de 3,75% nos próximos meses.

Mercado financeiro e política

No mercado acionário, o índice Ibovespa atingiu a marca de 144 mil pontos em alta recorde, mantendo-se no patamar pelo segundo dia consecutivo, impulsionado por setores de varejo e consumo.

As ações de bancos tiveram desempenho misto, com algumas empresas fechando em alta e outras em leve queda. Já as ações de commodities apresentaram variação moderada, com empresas como Marfrig, BRF e Lojas Renner registrando os maiores ganhos do Ibovespa.

O mercado também reagiu à notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro passou mal e foi hospitalizado em Brasília, o que reforça a posição do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como provável candidato da direita nas eleições presidenciais de 2026.

Quanto à política fiscal, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Renan Calheiros, anunciou a pauta para a próxima terça-feira, que inclui um projeto para limitar a dívida consolidada da União e um texto alternativo à proposta de isenção do imposto de renda para salários até R$ 5 mil.

Arthur Lira, deputado federal, manifestou preocupação com a influência política no processo legislativo, mas reconheceu a unanimidade sobre a justiça tributária para essa faixa salarial.

Juros futuros

Os juros futuros tiveram queda generalizada durante o pregão, influenciados pelo otimismo global e pela expectativa de flexibilização na política monetária dos EUA. As taxas no mercado local foram impulsionadas pela diminuição da pressão da taxa de desemprego baixa e pelo cenário eleitoral.

As cotações dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) para diversos anos registraram pequenas quedas, confirmando a tendência de redução nas taxas de juros futuras.

O resultado da Pnad Contínua divulgado pelo IBGE, que mostrou um desemprego menor que o esperado, não alterou significativamente a tendência do mercado, que permanece focado nas decisões do Federal Reserve.

Pesquisas indicam que a maioria dos agentes espera uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa básica dos EUA esta semana. No Brasil, a expectativa é de manutenção da Selic em 15%, com possibilidade de início do ciclo de cortes a partir de dezembro ou janeiro de 2026.

Especialistas, como Gustavo Cruz da RB Investimentos e Eduardo Velho da Equador Investimentos, reafirmam que o cenário local acompanha o otimismo internacional e que os agentes estão atentos aos próximos passos do Fed e do Copom.

O senador Renan Calheiros deve apresentar um projeto alternativo de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil no próximo dia 23, enquanto o mercado não espera grandes avanços fiscais para 2026.

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