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segunda-feira, 20/10/2025

dólar cai pelo quarto dia seguido e fecha abaixo de r$ 5,40

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O dólar começou a semana em queda significativa no mercado brasileiro, fechando abaixo de R$ 5,40 pela primeira vez em mais de dez dias. Os investidores demonstraram maior interesse por ativos considerados de maior risco devido ao otimismo sobre as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, impulsionando moedas de mercados emergentes e países exportadores de commodities.

Operadores indicam que pode estar ocorrendo uma entrada de capital estrangeiro na bolsa local, que registrou alta no índice Ibovespa, além de investimentos em renda fixa. Sem grandes problemas no mercado internacional, espera-se que o real se valorize devido ao aumento do diferencial de juros internos em relação ao exterior, principalmente após a decisão do Federal Reserve no final do mês.

O dólar à vista atingiu uma mínima diária de R$ 5,3666, finalizando o dia em 5,3708, a menor cotação desde 8 de novembro. Esse foi o quarto dia consecutivo de valorização do real. Desde o pico de R$ 5,5037 em 10 de outubro, a moeda americana caiu 2,49%, retornando a níveis anteriores às ameaças tarifárias feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra a China. Em outubro, o dólar ainda acumula alta de 0,90% frente ao real.

Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, comenta que a queda recente do dólar reflete a expectativa de novo corte de juros nos EUA e o avanço nas negociações comerciais, além do fim da paralisação do governo americano, fatores que aumentaram o apetite por risco.

Apesar de ameaças recentes de Trump sobre tarifas elevadas à China, o presidente americano também demonstrou esperança em chegar a um acordo com o líder chinês, Xi Jinping, reforçando sua boa relação com o líder.

Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, observa que as ameaças comerciais do presidente americano têm perdido peso sobre os investidores, já que ele costuma recuar e buscar diálogo. O fortalecimento da economia chinesa tem ajudado o real e outras moedas de países exportadores de commodities a se valorizarem.

O PIB chinês cresceu 4,8% no terceiro trimestre em comparação anual, levemente acima da previsão, com produção industrial e vendas no varejo superando expectativas em setembro. Esses dados positivos sustentam o desempenho das moedas emergentes.

Bolsa

O Ibovespa alcançou máxima diária próxima a 145 mil pontos, seu maior nível neste mês, fechando com alta de 0,77% em 144.509 pontos. O mês ainda registra queda de 1,18%, enquanto o índice acumula alta de mais de 20% no ano. O volume financeiro do dia foi de R$ 18,1 bilhões.

Além do relatório Focus, que aponta redução nas projeções de inflação, a Petrobras anunciou uma redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias, o que pode beneficiar a inflação em geral. Segundo Rodrigo Marcatti, economista e CEO da Veedha Investimentos, a medida é positiva para a inflação e pode influenciar a política de juros, mesmo que seja cedo para antecipar cortes.

O Ibama concedeu licença para perfuração de um poço na bacia da Foz do Amazonas, impulsionando parcialmente as ações da Petrobras, que teve desempenho misto no fechamento.

Patrick Buss, operador da Manchester Investimentos, destacou o suporte de ações como Vale e Itaú para o índice nesta semana, que marca o início da temporada de resultados do terceiro trimestre.

Entre as maiores altas do Ibovespa do dia, destacam-se Cogna, CSN e Natura, enquanto Fleury, Prio e Vamos tiveram quedas.

Juros

As expectativas de inflação mais moderadas, reforçadas pelo desconto da gasolina e o ambiente externo mais estável, contribuíram para a queda dos juros futuros. O início da flexibilização da taxa Selic pelo Banco Central pode estar se aproximando.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caiu para 13,955%, e os contratos para datas mais distantes seguiram a mesma tendência de queda.

O Boletim Focus atualizado nesta segunda revisou para baixo as projeções de inflação para 2027 e 2028, refletindo um cenário mais favorável para a política monetária.

A redução dos preços da gasolina deve causar um impacto de cerca de 0,08 ponto percentual no IPCA de 2025, segundo a Necton Investimentos. A previsão anual para a inflação foi ajustada para 4,6%.

Tiago Hansen, economista da Alphawave Capital, destaca que a gasolina é um dos principais itens do índice de preços, e o ajuste reduz a pressão inflacionária.

Guilherme Almeida, da Suno Research, ressalta que a queda dos juros futuros está alinhada com a diminuição das expectativas inflacionárias, indicando possibilidade de flexibilização da política monetária, mas alerta para a cautela devido ao mercado de trabalho ainda aquecido.

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