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segunda-feira, 27/10/2025

dólar cai no início da semana com menos tensão comercial

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O dólar abriu a semana em queda, acompanhando a tendência observada em mercados internacionais. Moedas de países emergentes e exportadores de commodities se valorizaram devido à redução das tensões comerciais nesta segunda-feira, 27. Isso aconteceu graças às expectativas positivas em relação às negociações entre os Estados Unidos e a China. Além disso, declarações otimistas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (EUA), após encontro na Malásia, impulsionaram o mercado doméstico.

O dólar à vista atingiu o valor máximo de R$ 5,3859 e o mínimo de R$ 5,3613, fechando com queda de 0,41%, a R$ 5,3703. Em outubro, acumula alta de 0,89%, depois de recuar 1,83% em setembro. No ano, o dólar cai 13,10% frente ao real, que apresenta o melhor desempenho entre as moedas latino-americanas. A liquidez no mercado permanece baixa, indicando cautela dos investidores em fazer apostas mais firmes.

Segundo o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, a possibilidade de um acordo entre os Estados Unidos e a China levou à valorização das commodities, favorecendo moedas emergentes como o real. Ele também destaca a expectativa de que o Federal Reserve anuncie novo corte de juros nesta quarta-feira, o que tende a enfraquecer o dólar.

Donald Trump declarou nesta segunda-feira que vê uma boa chance de fechar um acordo com a China ainda esta semana. Ele deve se reunir com o presidente chinês Xi Jinping na quinta-feira, 30, e revelou planos de visitar a China no início do próximo ano. Xi Jinping também pode fazer uma visita de retribuição aos EUA posteriormente.

O índice DXY, que mede o dólar em relação a seis moedas fortes, caiu pouco mais de 0,10%, fechando próximo a 98,830 pontos. O peso argentino avançou quase 4%, impulsionado pela vitória do presidente Javier Milei nas eleições legislativas, o que pode abrir caminho para apoio dos EUA ao país.

O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, ressaltou que o apetite por ativos nacionais cresceu com os sinais de negociação entre Brasil e EUA, o que ajudou o dólar a recuar e a bolsa de valores a atingir nova máxima histórica. Ele ressalta que o principal desafio do Brasil permanece sendo a questão fiscal.

Luiz Inácio Lula da Silva descreveu sua conversa com Donald Trump como surpreendentemente positiva e mencionou uma regra de negociação que envolve contato direto. Já Trump disse que a reunião foi boa e não descartou rever as tarifas impostas ao Brasil.

Durante a manhã, o Banco Central realizou operações para controlar o mercado cambial, com um leilão de US$ 1 bilhão em swap cambial reverso e venda de US$ 1 bilhão em moeda à vista. A expectativa é de aumento nas remessas de recursos para o exterior a partir de novembro, o que pode causar maior volatilidade cambial nos próximos dias.

Bolsa

O Ibovespa atingiu nova máxima histórica pela manhã, com 147.976,99 pontos, mas recuou no período da tarde, terminando o dia em alta de 0,55%, aos 146.969,10 pontos. A abertura foi impulsionada pela redução da tensão comercial entre EUA, China e Brasil, enquanto a queda parcial ocorreu devido à realização de lucros após forte alta recente.

Segundo o estrategista de ações da Genial Investimentos, Filipe Villegas, o otimismo gerado pelos encontros entre os presidentes contribuiu para o aumento da confiança dos investidores.

Além disso, a redução nas expectativas de inflação e nos juros futuros, aliada à queda no preço da gasolina, reforçou a valorização da Bolsa, de acordo com o gestor de renda variável da Lifetime Asset, Lucas Tambellini.

Daniel Nogueira, da InvestSmart XP, destacou o impacto positivo da vitória de aliados do presidente Javier Milei na eleição argentina, que favoreceu a busca por investimentos de maior risco, gerando fluxo de capital para ETFs de emergentes no exterior.

Entre os destaques da sessão, as ações do Itaú Unibanco e Banco do Brasil impulsionaram o Ibovespa, enquanto os papéis da Sabesp prejudicaram o desempenho do índice.

Juros

Os juros futuros apresentaram ligeira alta em uma sessão marcada por oscilações modestas. Apesar disso, o cenário de redução das expectativas inflacionárias favorece a tendência de queda das taxas no médio prazo.

As taxas do Depósito Interfinanceiro (DI) para 2027 a 2031 oscilaram levemente, mostrando ajustes técnicos após quedas nas últimas sessões.

A economista-chefe da Mirae Asset, Marianna Costa, afirmou que os dados recentes de inflação oficial no Brasil e nos EUA reforçam a expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve nesta semana, o que tende a impactar o dólar.

Marianna Costa também atribui a oscilação na curva de juros à ausência de novas notícias relevantes sobre as tensões comerciais, embora ressalte o otimismo gerado pela possibilidade de acordo entre Washington e Pequim e o encontro entre os presidentes Lula e Trump.

As projeções para inflação, divulgadas pelo Boletim Focus, foram ajustadas para baixo, refletindo o efeito da redução do preço da gasolina e os dados positivos do IPCA-15. A previsão para a inflação de 2023 caiu para 4,56%, próximo ao limite da meta oficial.

A equipe econômica da BuysideBrazil destaca que o sucesso das políticas monetárias tem sido evidenciado pela redução das expectativas inflacionárias para os próximos anos.

O cenário apresentado indica um ambiente favorável para a manutenção da tendência de queda dos juros e um real mais valorizado perante o dólar.

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