19.2 C
Brasília
sexta-feira, 26/12/2025

Dólar cai levemente em dia importante com inflação no limite

Brasília
céu limpo
19.2 ° C
20 °
19.2 °
82 %
1.1kmh
2 %
sáb
32 °
dom
31 °
seg
29 °
ter
30 °
qua
20 °

Em Brasília

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar iniciou esta quarta-feira (10) com uma pequena queda, enquanto investidores aguardam as decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

Além disso, o mercado observa atentamente as movimentações políticas em Brasília após a Câmara dos Deputados aprovar um projeto que reduz as penas para aqueles envolvidos na tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

Analistas também analisam os recentes dados da inflação, que registraram o menor índice desde 2018, com 0,18% em novembro. No acumulado anual, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou para 4,46%, ficando novamente abaixo do teto de 4,5% estabelecido pelo Banco Central, algo que não ocorria desde setembro de 2024.

Às 9h08, o dólar caiu 0,29%, cotado a R$ 5,4254. Na véspera, a moeda subiu 0,31%, fechando a R$ 5,437, enquanto a Bolsa apresentou queda de 0,13%, com 157.981 pontos. Investidores também monitoraram a entrada de Flávio Bolsonaro na corrida presidencial de 2026. Na segunda-feira, Flávio declarou à Folha de S.Paulo que sua candidatura é “irreversível”.

Flávio Bolsonaro afirmou: “Minha candidatura não está à venda. A única condição para não ser candidato é o presidente Bolsonaro também se candidatar. Não tenho preço”.

O senador anunciou sua candidatura na última sexta-feira, gerando forte volatilidade nos ativos nacionais e provocando a retirada de cerca de R$ 1,7 bilhão da bolsa por investidores estrangeiros.

Segundo a leitura do mercado, com o apoio de Bolsonaro a seu filho, a possível candidatura do favorito Tarcísio de Freitas (Republicanos) perderia força, favorecendo a reeleição do governo do Lula (PT), cuja política fiscal é vista com desconfiança por parte do mercado.

Leonel Mattos, analista de Intelligência de Mercado da StoneX, comenta: “Acredita-se que a reeleição do governo Lula traria um cenário de maior gasto público por mais quatro anos, aumentando a pressão inflacionária e mantendo juros elevados”.

Diante da incerteza política, o mercado caminha com cautela. O dólar atingiu máxima de R$ 5,495 nesta sessão, mas perdeu parte dos ganhos à tarde, com o andamento das discussões no Congresso sobre o projeto de redução de penas para os envolvidos no golpe. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o projeto será votado em breve.

Esta movimentação impactou também a Bolsa, que recuperou as perdas e ficou positiva por um tempo antes de fechar no vermelho. Analistas sugerem que a aprovação do projeto pode aumentar as chances de Flávio Bolsonaro desistir da candidatura, trazendo novamente Tarcísio para a disputa.

No âmbito internacional, operadores avaliaram dados de emprego nos EUA medidos pelo relatório Jolts, que mostrou aumento de 12 mil vagas abertas, totalizando 7,67 milhões em outubro, apesar do recente fechamento temporário do governo americano.

Embora dados defasados, o relatório reforça a visão de um mercado de trabalho americano estabilizado, motivando dois cortes de juros este ano. O mercado espera mais uma redução na reunião desta quarta, com a taxa ficando entre 3,50% e 3,75%. A probabilidade dessa queda é de 87,4%, enquanto 12,6% apostam em manutenção da taxa atual.

A decisão do Fed será anunciada às 16h (horário de Brasília), seguida pelo anúncio do Copom brasileiro sobre a taxa Selic às 18h30. Espera-se que a Selic termine 2025 em 15%, com possibilidade de redução a partir de 2026, embora as datas se dividam entre janeiro e março.

No mercado de câmbio, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais valorizado tende a ficar o real. Quando a taxa americana cai e a Selic permanece alta, investidores aproveitam para investir em reais, aumentando sua demanda e desvalorizando o dólar, estratégia conhecida como “carry trade”.

Veja Também