23.5 C
Brasília
sexta-feira, 27/06/2025




Dólar cai levemente com atenção à inflação dos EUA

Brasília
céu limpo
23.5 ° C
25 °
23.5 °
53 %
1.5kmh
0 %
sex
27 °
sáb
26 °
dom
28 °
seg
27 °
ter
27 °

Em Brasília

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nesta sexta-feira (27), o dólar abriu em leve queda frente ao real enquanto os investidores aguardam os números da inflação nos Estados Unidos, buscando entender as possíveis mudanças na taxa de juros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também chamou atenção com suas declarações.

Às 9h04, a moeda americana registrava queda de 0,19%, sendo cotada a R$ 5,488. Hoje, os dados do índice de preços PCE (Personal Consumption Expenditures) de maio nos EUA serão divulgados.

Na quinta-feira (26), o dólar teve uma queda expressiva de 1,07%, fechando a R$ 5,497, enquanto a bolsa de valores subiu 0,99%, alcançando 137.113 pontos. Esse movimento foi influenciado pela revogação dos decretos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no Congresso Nacional, além da possível indicação antecipada do sucessor de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central americano).

A Câmara dos Deputados e o Senado derrubaram os três decretos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que alteravam as alíquotas do IOF, representando mais uma derrota para a gestão petista no Legislativo.

Fernando Haddad afirmou que o governo está avaliando três caminhos para reagir à decisão do Congresso: recorrer à Justiça contra a decisão, buscar uma nova fonte de receita ou realizar um novo corte no Orçamento, o que terá impacto geral.

Em entrevista ao videocast C-Level Entrevista, Haddad destacou que a decisão final caberá ao presidente Lula, mas defende que o governo opte pela judicialização do caso, alegando inconstitucionalidade da decisão do Congresso.

Haddad disse que acreditava que havia um acordo para ajustar as alíquotas do imposto após reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), mas questionou o que mudou para a derrubada dos decretos.

O plano de levar a questão à Justiça também se baseia no argumenta político de que o governo quer cobrar mais dos mais ricos para beneficiar os mais pobres. Essa situação pode aumentar o embate com parlamentares de centro e direita, já resistentes às pautas do governo.

Leonel Mattos, analista da StoneX, comentou que o Congresso mostrou um nível maior de resistência ao Executivo do que esperado, colocando em risco a agenda econômica e a meta fiscal do governo.

Em âmbito doméstico, os investidores consideraram os dados do IPCA-15, prévia da inflação oficial, que desacelerou para 0,26% em junho, abaixo das expectativas de mercado.

Essa desaceleração indica que as pressões inflacionárias recentes podem estar diminuindo, embora o ciclo de aperto monetário ainda não tenha atingido totalmente a economia, o que pode resultar em uma inflação inferior à prevista no segundo semestre, como avalia o economista André Valério, do Inter.

No cenário internacional, especula-se sobre a antecipação da nomeação do próximo presidente do Fed, uma iniciativa do presidente Donald Trump para reduzir o período de transição. Jerome Powell tem mandato até maio de 2026 e vem sendo criticado por Trump pela manutenção das taxas de juros em níveis entre 4,25% e 4,5%, patamar vigente desde dezembro.

Trump já afirmou que os juros poderiam estar 2 a 3 pontos percentuais abaixo e utilizou termos como “burro” e “idiota” para se referir a Powell. Por sua vez, o presidente do Fed declarou sua intenção de cumprir o mandato até o fim.

Segundo o jornal The Wall Street Journal, a antecipação do anúncio para setembro ou outubro pode até ocorrer mais cedo, o que gera preocupações sobre a credibilidade da política monetária e enfraquece o dólar globalmente.

Os dados econômicos mais recentes dos EUA também reforçam a cautela dos investidores. O PIB do primeiro trimestre foi revisado para uma contração anualizada de 0,5%, maior que a estimativa anterior de 0,2%, aumentando as incertezas sobre a maior economia do mundo, afetada pela política comercial de Trump.

Esses fatores têm impactado negativamente os ativos americanos. Os países têm até 9 de julho para fechar acordos tarifários com os EUA, o que também é observado com atenção pelos mercados.




Veja Também