27.5 C
Brasília
sexta-feira, 15/08/2025

Dólar cai levemente após queda do desemprego

Brasília
céu limpo
27.5 ° C
28.7 °
27.5 °
29 %
3.1kmh
0 %
sex
28 °
sáb
28 °
dom
29 °
seg
31 °
ter
30 °

Em Brasília

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar começou o dia com uma pequena queda nesta sexta-feira (15), enquanto investidores estão atentos à reunião entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que acontecerá à tarde.

Além disso, o mercado acompanha as negociações do Brasil com os EUA sobre a tarifa de 50% aos produtos brasileiros, e avalia os dados de desemprego divulgados hoje, que mostraram uma queda para 5,8% no trimestre encerrado em junho, a menor taxa desde 2012.

Essa é a primeira vez que a taxa fica abaixo de 6%, sendo que o menor nível anterior foi 6,1% até novembro de 2024.

Às 9h05, o dólar caía 0,27%, cotado a R$ 5,4030. Na semana, acumula baixa de 0,6%. Na quinta-feira (14), fechou em alta de 0,3%, a R$ 5,417, enquanto a Bolsa caiu 0,24%, fechando em 136.355 pontos.

O movimento do mercado reflete novos dados de inflação dos EUA e ajustes nas expectativas para a política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.

Os preços ao produtor nos EUA cresceram 0,9% em julho, acima das estimativas de 0,2%, levando a inflação anual ao produtor a 3,3%, contra 2,4% anteriormente.

Esse dado é importante pois a inflação ao produtor geralmente é repassada ao consumidor com o tempo.

Com isso, espera-se que os preços tenham uma alta mais generalizada nos próximos meses, trazendo incertezas sobre as decisões do Fed na próxima reunião.

Após os dados de emprego e inflação ao consumidor de julho, o mercado esperava um corte total das taxas de juros pelo Fed em setembro, com a maioria apostando em uma redução de 0,25 ponto percentual.

No entanto, com o aumento da inflação ao produtor, a possibilidade de um corte maior foi descartada. Segundo a ferramenta FedWatch, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto é de 92,5%, e 7,5% apostam na manutenção das taxas entre 4,25% e 4,5%.

Ben Ayers, economista sênior da Nationwide, comenta que espera uma transmissão mais forte das tarifas para os preços ao consumidor, com uma inflação ligeiramente maior no segundo semestre de 2025.

Essa mudança na expectativa valorizou o dólar no exterior, pois taxas de juros mais altas tornam os investimentos em renda fixa dos EUA mais atrativos.

O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,36%, atingindo 98,20 pontos.

Enquanto isso, a perspectiva de cortes nos juros do Fed tem beneficiado o real, pois a alta da taxa Selic no Brasil mantém o diferencial de juros favorável para investidores brasileiros.

No entanto, o impasse tarifário entre Brasil e EUA gera cautela. Comentários do Donald Trump sobre o Brasil na tarde de hoje desestabilizaram o mercado e fizeram o dólar subir para o máximo de R$ 5,431.

Trump criticou leis brasileiras e mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dizendo que o Brasil foi mal como parceiro comercial e que tem leis ruins.

Essas declarações ampliaram tensões comerciais, um dia após o governo do Lula anunciar um plano de contingência para apoiar empresas afetadas pela tarifa americana.

O plano, chamado “Brasil Soberano”, oferece uma linha de crédito de R$ 30 bilhões, adiamento de impostos federais, maior ressarcimento de créditos tributários e facilitação para acessar novos mercados.

Essa medida entrou em vigor imediatamente, mas precisa ser apreciada pelo Congresso em até 120 dias.

Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, informou que o governo pedirá autorização para excluir essas medidas da meta fiscal de 2025, com previsão de custo de até R$ 9,5 bilhões, e que um projeto de lei complementar será encaminhado para isso.

Essa decisão difere do que havia sido dito pelo ministro Fernando Haddad anteriormente, que tinha afirmado que os valores ficariam fora do limite de despesas, mas não da meta primária.

Após o anúncio, Haddad declarou que essa é uma primeira medida, podendo haver outras, e que o governo monitorará o impacto nas exportações e no mercado.

A expectativa pelo plano cresceu desde que Trump ameaçou sobretaxas de 50% em produtos brasileiros, em julho.

Dentro do mercado, mesmo reconhecendo a necessidade do pacote para proteger o setor produtivo, há preocupações quanto ao impacto fiscal e sobre a manutenção do compromisso com as metas fiscais do governo.

João Ferreira, sócio da One Investimentos, alerta que o mercado vê esse gasto extra como um desafio para a meta fiscal, e que o governo terá que encontrar formas de equilibrar esses custos adicionais, pois os R$ 30 bilhões são apenas o começo da ajuda prometida.

Veja Também