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quinta-feira, 26/06/2025




Dólar cai forte e Bolsa sobe com retirada do IOF e preocupa Fed

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O dólar apresenta uma queda significativa nesta quinta-feira (26), impulsionado pela rejeição dos decretos do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Congresso Nacional e pelas notícias sobre a possível nomeação antecipada do próximo presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA).

Além disso, dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos estão em evidência.

Às 13h11, a moeda americana registrava baixa de 0,87%, cotada a R$ 5,508, acompanhando a tendência internacional.

Por sua vez, a Bolsa de Valores crescia 0,95%, atingindo 137.066 pontos, com a valorização expressiva da Vale como o principal motor desse avanço.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal derrubaram na noite de quarta-feira os três decretos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que alteravam as alíquotas do IOF, configurando mais uma derrota para a gestão petista no Legislativo.

O projeto que cancelou os decretos foi aprovado pela Câmara com 383 votos a favor e 98 contra, enquanto no Senado houve aprovação simbólica, sem contagem oficial de votos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo está avaliando três alternativas para responder à decisão: recorrer ao Judiciário contra o Congresso, buscar outra fonte de receita ou realizar um novo corte no Orçamento, o que afetaria a todos.

Em entrevista ao C-Level Entrevista, novo videocast semanal da Folha de S.Paulo, o ministro afirmou que a decisão final cabe ao presidente Lula, mas defendeu a judicialização, argumentando que, segundo os juristas do governo, a rejeição dos decretos é inconstitucional.

Haddad mencionou que acreditava ter alcançado um grande acordo para ajustar as alíquotas do imposto em reunião com os presidentes das duas Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), em 8 de junho. Ele questionou o que teria mudado desde então para a mudança de posicionamento.

O plano de judicializar a decisão fundamenta-se na intenção do governo de cobrar mais dos ricos para beneficiar os pobres, mas isso pode gerar um confronto maior com parlamentares de centro e direita, em um ambiente já difícil para a pauta petista.

Leonel Mattos, analista da StoneX, comentou que o Congresso demonstrou uma resistência maior que o esperado ao Executivo e que os investidores temem que essa trava na agenda econômica complique o cumprimento da meta fiscal, podendo piorar a situação da dívida pública.

No cenário interno, os investidores analisam os dados da inflação medidos pelo IPCA-15, indicador prévio do índice oficial, que desacelerou para 0,26% em junho após 0,36% em maio, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Esse resultado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro (0,3%), reforçando a expectativa de que o período recente de pressões inflacionárias pode estar próximo do fim.

André Valério, economista do Inter, avaliou que a inflação pode ser menor que o esperado no segundo semestre, mesmo considerando que o ciclo de aperto monetário ainda não teve efeito completo.

Embora fatores domésticos influenciem na queda do dólar, o movimento internacional revela outras forças em ação: o índice DXY, que compara o dólar a outras seis moedas fortes, registrava baixa de 0,54%, em 97,17 pontos.

O principal tema no cenário global é a possível antecipação da nomeação do sucessor de Jerome Powell para presidir o Fed, conforme divulgado pelo jornal The Wall Street Journal.

Segundo o veículo, o presidente Donald Trump pretende pressionar para reduzir o período de transição ao levar a nomeação para setembro ou outubro, ou até mais cedo.

Powell tem mandato até maio de 2026 e é alvo de críticas do republicano, que considera a postura cautelosa do Fed insuficiente, defendendo juros menores.

Trump já qualificou Powell com termos pejorativos após a manutenção da taxa de juros entre 4,25% e 4,5% desde dezembro.

De sua parte, o presidente do Fed reafirmou o compromisso de cumprir o mandato completo.

Mattos destacou que essa interferência política deteriora a confiança na política monetária e enfraquece o dólar globalmente.

Novos dados dos EUA também aumentam a cautela: o PIB do primeiro trimestre foi revisado para uma contração anualizada de 0,5%, superior à estimativa anterior de retração de 0,2%.

Esse quadro reforça os receios quanto à maior economia global diante das incertezas causadas pela política comercial de Trump, impactando negativamente os ativos americanos.

Os países têm até 9 de julho para fechar acordos tarifários com os EUA, e apesar da proximidade, a calmaria geopolítica, com cessar-fogo entre Israel e Irã, tem ajudado a melhorar o clima nos mercados.

O Ibovespa também se beneficia dessa conjuntura, seguindo o desempenho de Wall Street, com destaque para a alta de 2,67% da Vale, impulsionada pela valorização do minério de ferro na China.




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