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domingo, 28/12/2025

dólar cai enquanto investidores analisam decisão do copom

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O dólar começou o dia em queda frente ao real, após o Banco Central decidir manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa decisão reforça a ideia de que o Brasil continuará atrativo para os investidores.

Por volta das 9h34, a moeda americana caía 0,24%, valendo R$ 5,347. No dia anterior, o dólar já havia registrado queda de 0,7%, fechando em R$ 5,360, enquanto a Bolsa de Valores chegou a um novo recorde com alta de 1,71%, atingindo 153.294 pontos.

No mercado internacional, o dólar também recuava, com o índice DXY — que acompanha o desempenho da moeda frente a um conjunto de outras moedas — caindo 0,24%, para 99,93 pontos.

Após o fechamento dos mercados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, por unanimidade, que manterá a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira reunião consecutiva. A decisão vem apesar da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os juros sejam diminuídos.

O comunicado do Copom adotou um tom cauteloso, reiterando que a taxa será mantida por um período “bastante prolongado” para garantir a inflação dentro da meta estabelecida pelo Banco Central.

Este resultado surpreendeu alguns economistas que esperavam uma sinalização para possíveis cortes de juros em breve, mas o comitê preferiu manter a postura conservadora.

O aumento do apetite por risco no mercado global foi um dos fatores que influenciaram a alta nos ativos brasileiros, juntamente com as expectativas pela manutenção da taxa Selic.

Em relação à inflação, as projeções para os próximos anos foram ligeiramente reduzidas, com a expectativa para 2026 caindo para 4,2% e para 2027 chegando a 3,8%, aproximando-se da meta central de 3% do Banco Central.

Sobre o mercado de câmbio, quanto maior a diferença entre os juros do Brasil e dos Estados Unidos, mais valorizado tende a ficar o real. Com a Selic alta e as taxas americanas em queda recente, investidores aproveitam para investir no Brasil, comprando reais e enfraquecendo o dólar.

O mercado está atento também à situação nos Estados Unidos, onde a paralisação do governo federal mais longa da história afetou a divulgação de dados econômicos oficiais, o que dificulta a análise completa da economia americana pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.

Por isso, os dados publicados por outras fontes, como o relatório ADP, que mostrou a criação de 42 mil novos empregos no setor privado em outubro, ganharam mais importância. Esses números indicam que a economia dos EUA está desacelerando de forma gradual e não precipitadamente, o que diminui a pressão por cortes rápidos nos juros por parte do Fed.

Na última reunião do Fed, os juros americanos foram reduzidos pela terceira vez consecutiva em 0,25 ponto percentual, ficando entre 3,75% e 4%. Entretanto, novos cortes ainda não são garantidos, e o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que a decisão para a próxima reunião permanece incerta, recomendando cautela.

Essa cautela faz com que os investidores apostem menos em cortes agressivos nos juros americanos em dezembro, o que tem impulsionado os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e valorizado o dólar mundialmente.

Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, explica que essa situação reduz a urgência por cortes no Fed, enquanto João Soares, sócio da Rio Negro Investimentos, destaca que o mercado espera uma taxa de juros americana mais competitiva, mesmo com um pequeno corte previsto.

Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, há atualmente uma probabilidade de 71% para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do Fed na reunião de 10 de dezembro.

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