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sexta-feira, 27/06/2025




Dólar cai e Bolsa oscila com inflação dos EUA e decreto do IOF em debate

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FOLHAPRESS

O dólar está em queda nesta sexta-feira (27), com investidores reagindo aos dados de inflação dos Estados Unidos e aguardando os comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após a derrubada do decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no Congresso.

O movimento no mercado brasileiro segue a tendência internacional, com o dólar mostrando enfraquecimento frente às principais moedas globais. Às 12h11, a moeda caía 0,39%, cotada a R$ 5,476. A Bolsa apresentava variações mistas, caindo 0,08%, aos 136.990 pontos.

O índice PCE (preços de gastos com consumo) subiu 0,1% em maio, mesmo resultado de abril e conforme a previsão dos economistas consultados pela Reuters. No acumulado de 12 meses, o PCE teve alta de 2,3%, um pouco acima dos 2,2% do mês anterior, mas dentro das expectativas. Já os gastos dos consumidores diminuíram inesperadamente 0,1%, enquanto se previa um aumento de 0,1%.

Esse indicador é o preferido pelo Fed (banco central dos EUA) para orientar suas decisões de política monetária, e esses dados reforçam as apostas em cortes nas taxas de juros. Comentários recentes de membros do Fed indicam a possibilidade de redução já na reunião de julho, além de rumores sobre a antecipação da troca do presidente do Fed, Jerome Powell, para setembro ou outubro.

Leonel Mattos, analista de mercado da StoneX, explica que os investidores estão antecipando cortes nos juros devido a sinais de desaceleração econômica, mas o Fed mantém uma postura cautelosa por conta dos possíveis efeitos inflacionários das tarifas de importação, buscando mais evidências para agir.

Na quinta-feira, dados mostraram que o PIB dos EUA recuou 0,5% no primeiro trimestre comparado ao ano anterior, reforçando a expectativa por cortes. Atualmente, há 20% de chance de corte em julho e 73% para setembro.

Com juros mais baixos nos EUA, moedas como o real se valorizam, pois o diferencial torna os investimentos em dólares menos atrativos.

Internamente, o ministro Fernando Haddad participou de uma palestra na Faculdade de Direito da USP e dará entrevista à GloboNews às 14h30. Espera-se que ele esclareça as próximas ações do governo após a derrubada dos decretos do IOF pelo Congresso.

Ele mencionou três possibilidades para responder à decisão: recorrer à Justiça, buscar novas fontes de receita ou realizar cortes orçamentários que afetarão amplamente a população. A decisão final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas Haddad apoia a judicialização, alegando inconstitucionalidade da decisão do Congresso.

Haddad relatou ter acreditado ter fechado um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado para ajustes nas alíquotas do imposto, e questiona o que mudou desde então para a derrubada do decreto.

O governo defende que a medida visa tributar os mais ricos para beneficiar os mais pobres, mas isso pode aumentar a tensão com parlamentares de centro e direita em um cenário político já desafiador para o PT.

Relatório da Genial Investimentos destaca que a retirada do decreto reduz o Orçamento de 2026 em R$ 20 bilhões e reacende o debate sobre a meta fiscal. O mercado percebe essa instabilidade política como sinal de um ambiente incerto em Brasília.

A AGU comunicou que, a pedido do presidente Lula, iniciou uma análise técnica para avaliar medidas jurídicas que possam manter o decreto.

No âmbito doméstico, os investidores também observam a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, que caiu para 6,2% no trimestre até maio, segundo o IBGE. Este é o menor índice registrado para o período desde o início da série histórica em 2012, melhorando em relação aos 6,8% do trimestre até fevereiro.

O resultado ficou um pouco abaixo da mediana das projeções financeiras, que era de 6,3%, com estimativas variando entre 6,2% e 6,7%.




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