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segunda-feira, 20/10/2025

Dólar cai e bolsa cresce com atenção no mercado externo

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FOLHAPRESS

O dólar está caindo nesta segunda-feira (20), pois os investidores estão analisando os dados econômicos recentes da China e os acontecimentos políticos no Japão.

As negociações sobre tarifas de importação entre Pequim e os Estados Unidos continuam sendo um ponto importante. Às 13h04, o dólar caiu 0,61%, ficando em R$ 5,372, enquanto a Bolsa subiu 1,06%, chegando a 144.921 pontos.

Dados divulgados no fim de semana mostraram que o PIB chinês desacelerou pelo segundo trimestre seguido, crescendo 4,8% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado.

Esse crescimento é menor que os 5,2% do segundo trimestre e os 5,4% do primeiro, embora a China ainda esteja no caminho de cumprir a meta de crescimento de 5% para 2025. A crise no mercado imobiliário chinês e as tensões comerciais com os Estados Unidos reduziram a demanda, pressionando as autoridades a buscar novos estímulos econômicos.

As tensões com os EUA evidenciam a fragilidade da economia chinesa, que ainda depende fortemente da manufatura e da demanda do exterior. Isso tem aumentado as expectativas de que a China mude seu foco para aumentar o consumo interno.

Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses e novos controles de exportação para softwares críticos até o início de novembro, pouco antes de uma trégua tarifária vigente entre os dois países terminar.

No sábado (18), a China anunciou que representantes dos dois países devem se reunir esta semana para uma nova rodada de negociações.

Essas medidas foram uma resposta às restrições da China às exportações de elementos de terras raras, que são importantes para várias indústrias, como automotiva e defesa. Apesar disso, Trump afirmou que a tarifa de 100% não é sustentável, mas que se sentiu forçado a adotá-la. Ele também confirmou um encontro com o líder chinês, Xi Jinping, para daqui a duas semanas na Coreia do Sul.

Antes disso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, espera se reunir com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, nesta semana para tentar evitar uma escalada tarifária.

As tensões entre os EUA e a China reacendem o receio de uma guerra comercial intensa, parecida com a que houve no início do ano. Naquele período, tarifas elevadas foram impostas por ambos os países, mas depois foram temporariamente reduzidas até 12 de novembro.

Com sinais de desaceleração do conflito, os mercados ficam mais otimistas. Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos, afirma que o tom mais conciliador e as reuniões de alto nível deixaram os mercados no exterior mais calmos, refletindo em valorização do mercado brasileiro.

Além disso, os EUA estão mantendo diálogo com o Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, se encontraram na Casa Branca para conversas positivas e estabeleceram um cronograma de trabalho.

Leonel Mattos, analista da StoneX, comenta que essas conversas oficiais aumentam o otimismo dos investidores, mesmo sabendo que resultados concretos ainda levarão tempo.

Na cena internacional, os mercados aguardam os dados de inflação dos EUA, que serão divulgados na sexta-feira pelo Departamento do Comércio. Será o primeiro relatório desde que o governo entrou em shutdown. Economistas esperam uma alta mensal entre 3% e 4%, o que está acima da meta do Federal Reserve (Fed) e parece contradizer a tendência do Fed de cortar juros.

O Fed se reúne entre os dias 28 e 29 deste mês para definir a taxa de juros. Na reunião anterior, houve um corte de 0,25 ponto percentual, a primeira desde dezembro, fixando a taxa entre 4% e 4,25%, baseado na visão de que o risco de desaceleração do mercado de trabalho era maior que o risco de aumento da inflação.

O mercado agora espera mais um corte de 0,25 ponto na próxima reunião. Julia Coronado, ex-economista do Fed, afirma que o corte em outubro é certo, pois os riscos de perda de empregos ainda são uma preocupação.

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