O dólar está caindo e a Bolsa de Valores está subindo, alcançando um novo recorde acima de 148 mil pontos nesta quarta-feira (29). Isso acontece enquanto o mercado espera um corte na taxa de juros nos Estados Unidos, que será anunciado às 15h (horário de Brasília) hoje.
Especialistas acreditam que o Federal Reserve (Fed) vai reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, ficando entre 3,75% e 4%.
Além disso, investidores aguardam o encontro marcado para quinta-feira (30) entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, em Seul. Nessa reunião, os dois devem discutir um acordo comercial.
Na manhã de hoje, o dólar caiu 0,37%, valendo R$ 5,338. No mesmo horário, o índice Ibovespa subiu 0,65%, chegando a 148.399 pontos, com destaque para as ações da Hypera e Santander Brasil após a divulgação de seus resultados trimestrais.
O Fed tem como objetivo manter o mercado de trabalho forte e controlar a inflação em cerca de 2% ao ano. No entanto, enfrenta o desafio de equilibrar esses dois pontos, já que o aumento dos pedidos de auxílio-desemprego sugere um enfraquecimento no mercado de trabalho, ao passo que a inflação continua aumentando.
Taxas altas de juros desanimam o consumo, ajudando a conter a inflação, mas podem prejudicar o emprego. Por outro lado, juros baixos favorecem a geração de empregos, porém podem causar aumento da inflação.
Na última reunião, o Fed indicou que o mercado de trabalho apresenta mais riscos que a inflação, e cortou os juros em 0,25 ponto percentual. Essa situação persiste, segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, que recentemente confirmou a possibilidade de outro corte.
Julia Coronado, fundadora da empresa MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, afirma que “Um corte de juros em outubro está certo” e que ainda existem riscos para o mercado de trabalho.
Reduções nos juros dos EUA costumam beneficiar os mercados globais, já que os títulos do Tesouro americano são considerados investimentos seguros. Quando os juros caem, os investidores buscam diversificação e investimentos alternativos ganham força.
Para o Brasil, a queda dos juros nos EUA junto com taxas altas da Selic atrai investidores a aproveitar essa diferença, comprando reais e desvalorizando o dólar.
Outro fator que aumenta a confiança dos investidores é a possível aproximação entre os EUA e a China. Trump declarou que ambos os países estão prontos para resolver o impasse sobre as exportações chinesas de terras raras, que foram limitadas recentemente por Pequim.
Trump também ameaçou aplicar sobretaxas de 100% sobre produtos chineses. O encontro entre Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul será decisivo para o futuro dessas negociações.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, conversaram recentemente buscando uma solução para avançar nas relações. Wang Yi afirmou que a parceria de respeito entre Xi Jinping e Donald Trump é um ponto estratégico nas relações entre os países.
Para que as relações melhorem, é importante que ambas as partes estejam comprometidas a resolver conflitos pelo diálogo e evitem pressões desnecessárias.
