FOLHAPRESS
O dólar está caindo nesta segunda-feira (10) enquanto os investidores esperam que a paralisação do governo dos Estados Unidos termine em breve.
No domingo, o Senado dos EUA avançou com um plano para financiar o governo até o fim de janeiro. Se aprovado, o projeto ainda precisa passar pela Câmara dos Representantes e ser sancionado pelo presidente Donald Trump, processo que pode levar alguns dias.
Essa expectativa de fim da paralisação, a maior da história do governo dos Estados Unidos, movimenta os mercados, fazendo o dólar perder valor perante a maioria das moedas e as bolsas de valores mundiais terem fortes ganhos.
Por volta das 12h45, o dólar caiu 0,33%, valendo R$ 5,317.
A bolsa brasileira subiu 0,67%, alcançando 155.110 pontos, e está prestes a bater o recorde histórico pela 11ª vez consecutiva. No auge do pregão, chegou a 155.601 pontos, ultrapassando os 155 mil pontos pela primeira vez.
O Senado deu um passo importante para acabar com a paralisação mais longa da história americana, quando um grupo de democratas apoiou os republicanos para avançar com a proposta que pode reabrir o governo.
A votação, com 60 votos a favor e 40 contra, permitiu o início do trâmite do projeto no Congresso. Ainda será necessário passar pelo plenário da Câmara e obter a assinatura do presidente para valer.
Oito senadores democratas votaram a favor, possibilitando que os republicanos alcançassem os 60 votos necessários para seguir adiante. A reabertura efetiva do governo, entretanto, pode demorar.
Após essa votação, o projeto será debatido no Senado antes da decisão final, depois seguirá para a Câmara, que está em recesso sem data para voltar, e finalmente para o presidente Trump sancionar.
Para o mercado, o fim da paralisação deve trazer normalidade. A falta de financiamento deixou muitos servidores públicos sem receber e milhões de pessoas em risco de perder ajuda alimentar, além de atrasos em voos. O ponto mais preocupante foi a falta de dados econômicos importantes, essenciais para as decisões do banco central (Fed).
O Fed ficou às escuras em relação à inflação e ao desemprego, dados que guiam as políticas de juros. Essa falta de informações pode prejudicar a continuidade dos cortes de juros, algo que o presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou após a reunião de outubro, comparando a situação com dirigir em neblina e precisar reduzir a velocidade.
Assim, a possibilidade do fim da paralisação traz menos incerteza para a economia dos EUA, fortalecendo os mercados globais e moedas de países emergentes, como o real, o rand da África do Sul, o peso mexicano e o peso chileno.
No Brasil, o desafio é manter o desempenho positivo das últimas semanas, segundo Marco Ribeiro Noernberg, sócio e estrategista de renda variável.
O índice Ibovespa já quebrou seu recorde histórico em 10 pregões seguidos e busca o 11º nesta segunda-feira.
Esta semana, o cenário pode mudar com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic em 15%, afirmando que ela permanecerá nesse nível por um período prolongado.
Também serão divulgados os dados da inflação oficial de outubro, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Noernberg destaca que tanto a ata quanto o IPCA podem influenciar as expectativas sobre um possível início do corte de juros.
