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terça-feira, 02/12/2025

Dólar cai diante de debates no Congresso

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O dólar iniciou a terça-feira em leve queda, com investidores de olho nas discussões no Congresso sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o aumento de impostos para fintechs e apostas digitais.

Nos Estados Unidos, o mercado observa com atenção a possibilidade de um novo corte na taxa de juros pelo Federal Reserve, o banco central americano, na reunião marcada para dezembro.

Por volta das 9h05, a moeda americana caía 0,27%, sendo cotada a R$ 5,3459. Na segunda-feira (1º), o dólar terminou em alta de 0,44%, cotado a R$ 5,359, influenciado por dados econômicos dos EUA, especulações sobre uma redução de juros no Japão e a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento em São Paulo.

Enquanto isso, a bolsa brasileira recuou 0,28%, fechando a 158.611 pontos, refletindo uma maior aversão ao risco global. Nos EUA, os índices Dow Jones e Nasdaq também tiveram quedas, de 0,90% e 0,38%, respectivamente, após o feriado do Dia de Ação de Graças.

O pessimismo reverte parte dos ganhos da última sexta-feira (28), quando o dólar caiu 0,31%, cotado a R$ 5,335, e a bolsa atingiu um recorde histórico ao ultrapassar 159 mil pontos.

Para Alexandre Pletes, responsável por renda variável da Faz Capital, ainda é cedo para identificar uma tendência clara para esta semana, ressaltando que se trata de um movimento de ajuste.

“O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e os dados dos EUA indicarão o rumo do mercado no começo do mês. A bolsa teve uma boa valorização e o dólar caiu, o que não é motivo para preocupação”, afirmou.

No Brasil, analistas acompanham atentamente a política monetária. Em evento recente da XP Investimentos, Gabriel Galípolo destacou que o mercado de trabalho está aquecido, exigindo cautela do Banco Central.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a taxa de desemprego caiu para 5,4% no trimestre até outubro, o menor patamar desde 2012.

Gabriel Galípolo também comentou que a inflação ainda está acima da meta estabelecida pelo Banco Central e que as expectativas de mercado não estão caindo tão rapidamente quanto se gostaria.

A meta central do Banco Central é manter a inflação em 3%, considerando tolerância entre 1,5% e 4,5%.

Desde junho, com a última alta da Selic a 15%, o maior valor em 20 anos, o BC tem mantido uma postura contracionista, indicando a necessidade de juros elevados por um período prolongado.

Segundo o Boletim Focus, a expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine o ano em 4,43% e alcance 4,17% em 2026, dentro do teto da meta do BC.

Nos EUA, dados recentes mostraram que a indústria está em contração há sete meses consecutivos, com o índice PMI da S&P Global em 48,8 pontos em novembro, abaixo dos 50 que indicam crescimento.

O índice de gerentes de compras medido pelo ISM também ficou em 48,2 pontos, abaixo das previsões dos economistas.

Esses indicadores influenciam as expectativas sobre a política monetária futura do Federal Reserve, que decidirá sobre os juros na próxima semana.

Investidores continuam atentos às possíveis reduções nas taxas de juros americanas, que afetam a cotação do dólar.

O relatório “Livro Bege” e dados recentes de preços e vendas americanos vieram abaixo ou próximos das estimativas, reforçando o debate sobre cortes de juros.

A ferramenta FedWatch aponta uma chance de 87,4% de redução da taxa básica de juros para uma faixa entre 3,50% e 3,75% em dezembro.

Reduções nas taxas americanas costumam ser positivas para os mercados globais, pois quando os juros sobem, investimentos mais seguros como os títulos do Tesouro atraem capital, tirando dinheiro de outros mercados.

Já uma queda nessas taxas incentiva busca por investimentos alternativos.

Além disso, o Banco do Japão sinalizou possível aumento das taxas locais, com o presidente Kazuo Ueda declarando que avaliará os benefícios e riscos dessa medida.

Esse posicionamento favoreceu a estratégia conhecida como “carry trade”, que consiste em tomar dinheiro emprestado a juros baixos para investir em ativos com melhor rendimento, como os títulos japoneses.

O iene e os rendimentos desses títulos subiram após as declarações, levando os mercados a estimar cerca de 80% de chance de aumento das taxas japonesas na reunião de 18 e 19 de dezembro, ante cerca de 60% na semana anterior.

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